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Acordei sentindo o peso de um braço sobre a minha cintura, e com o leve ar quente que batia em meu rosto. Custei a abrir os olhos, pois eles pesavam pela quantidade que eu havia chorado noite anterior.

Quando finalmente separei as pálpebras, deparei com um garoto meio bronzeado, com seus cabelos suados grudando sobre a testa, parcialmente coberta por uma máscara de cor preta, que agora se encontrava meio solta de sua pele.

Eu toquei o seu rosto com os dedos, parando-os no tecido grosso e levemente áspero. Cada segundo a encarando se tornava mais difícil de me segurar.

Eu mordi meu lábio inferior pela ansiedade que senti, e novamente fechei os olhos, sorrindo de nervosismo.

- Posso saber o que é tão engraçado? - O garoto-gato me pergunta, com uma voz rouca de recém acordado.

- Nada, é que... Você fica fofinho dormindo. - Eu coro, envergonhada.

- Você também.

Ele rola no colchão, ficando de barriga para cima.

– Fazia dias que eu não durmia direito...  – Ele fala, tirando o braço da minha cintura.

– E posso saber o por quê?

– Preocupações... Só isso...

– Como um gatinho como você pode ter preocupações? – Eu pergunto, infignada. – Como alguém que ronrona dormindo pode ter alguma preocupação?

– Eu ronrono?

– Sim. – Eu coro novamente, com um sorriso envergonhado. – É mais fofo do que parece.

– Tenho certeza que sim.

Assim que Cat Noir para de falar, os nossos celulares vibram em qualquer lugar que ele esteja. O garoto me olhou com um toque de confusão nos olhos, e eu sopus que a mensagem seria o Plagg ou a Tikki me chamando para a empresa.

– Você vai atender? – Nós dois perguntamos em coro. – Não.

Cat me puxou para mais perto dele, e me abraçou forte por debaixo das cobertas.

– Eu senti saudades.

Eu inalei o perfume da sua roupa, e fechei os olhos, enterrando o rosto em seu peito.

– Eu também.

...

– Oi Plagg. – Eu falo, entrando no prédio pela janela.

– A porta existe, sabia? – Ele diz, enquanto mexia atentamente num tablet. O seu cabelo estava bagunçado, e seus ombros estavam relaxados.

– Desculpe por não ter aparecido antes... – Eu disse, estudando o corpo do moreno.

Ele me olha, e eu reparo numa marca vermelha que se localizava no pescoço do mesmo. Pelo jeito a noite foi boa.

– Eu estava meio confusa. – Eu continuo, andando até o sofá de couro preto, que ao mesmo tempo que eu me sentei eu senti o cheiro de couro novo. Eu aspiro profundamente aquele cheiro, encostando as costas nas almofadas.

– Eu imaginei. – Plagg diz, subindo o colarinho de sua camisa. – A Tikki está dormindo ainda, mas se quiser esperá-la para tratarmo o assunto juntos...

– Não precisa. Quer que eu investigue algo?

– Algo, não. – Ele diz, voltando a atenção para seu tablet. – Mas sim alguém.

Ee me mostra a foto de um grupo de pessoas com roupas coloridas. Embora parecessem um tanto confiáveis, o alhar dos mesmos não parecia muito sóbrio.

Meu Nome É LadybugOnde histórias criam vida. Descubra agora