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Ladybug on...

– Posso saber o porquê das máscaras? – O delegado pengunta, sentado numa cadeira na frente da cela, razoavelmente afastado das grades.

– E por acaso temos direito de falar algo? – Eu falo, indignada. – Já nos prendeu sem nem saber se fizemos algo errado.

– Você é bem marrenta pra quem usa um ioiô como arma. – Ele rola meu ioiô nas mãos, analisando o objeto.

– Pelo menos eu o uso com prudência, e não abuso de meu poder.

– Isso foi uma indireta?

– Não, imagine... – Eu reviro os olhos.

– Vocês não vão sair daqui tão cedo mesmo...

Eu e Cat Noir nos encostamos nas grades da cela pequena e mal iluminada, e Olhamos um para o outro.

– Como vamos sair daqui? – O loiro diz, e eu balanço levemente os ombros, abalada demais para pensar em algum plano.

– Só nos resta esperar...

Provavelmente já havia passado das seis da manhã, pois o céu começava a clarear com o brilho do sol. Finalmente eu entendi o porque da expressão: "ver o sol nascer quadrado".

Eu levantei o rosto do meio dos meus joelhos, e encarei as barras que nos prendem nesse cubículo. Será que eu estaria me saindo muito depressiva se dizer que me senti desolada?

Porém, não me arrependo de ter feito o que fiz. Eu zelo pela segurança dos parisienses, quero os ver numa paz que nunca fora alcançada, mas quanto mais eu me esforço, parece que a calamidade piora. Os assassinos correm pelas ruas atirando em quem nunca tiveram a chance de conhecer, e aquelas pessoas que são mortas injustamente perdem a chance de conhecer o seu futuro, de conhecer seus filhos, netos, bisnetos...

Como o mundo pôde ter chegado a esse ponto?

Cat Noir on...

Meus dedos tremiam com o acelerar do meu coração, e parecia que a cada minuto eu ficava mais tenso. As grades daquela cela me davam agonia, e elas pareciam estar se aproximando cada vez mais de mim.

Ladybug tem o rosto enterrado nos joelhos, enquanto abraça as pernas, como se quisesse esconder-se.

Eu quero a abraçar, e afagar seus cabelos, mas supostamente eu não a conheço. Um beijo não me fez conhecê-la... Apesar de que ela é Marinette. Estou muito confuso.

Eu tenho absoluta certeza de que ela está refletindo sobre a situação do nosso planeta. Nós estamos tentando proteger quem amamos, e nos prendem apenas por terem nos visto no lugar errado na hora errada.

Marinette é uma pessoa com vida dupla, mas que mesmo assim tem uma coisa que muitos outros poderiam a copiar: O amor pelo próximo. Essa garota consegue pensar mais em alguém que ela não conhece do que em si própria.

Faltam sete dias para o Natal, e Ladybug nem parece ter se lembrado, pois a neve ainda não cai.

Eu tinha planos para este natal, mas depois de ter visto e feito tanto na Miraculous, duvido que terei tempo para isso.

Antes de viajar, meu pai havia me prometido que voltaria para o Natal, ou melhor, Nathalie disse que ele iria tentar voltar para o Natal. Mas é claro que ele não vai chegar a tempo.

Como sempre.

A Miraculous me acolheu quando eu precisava de ajuda, e agora eu quero retribuir. Não importa como.

No mesmo momento em que penso nisso, uma garota pequena entra na delegacia, vermelha de raiva. Seus cabelos estão cobertos por um chapéu de palha super elegante, e aparentemente estão presos dentro do mesmo.

Meu Nome É LadybugOnde histórias criam vida. Descubra agora