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– Ei. – Cat Noir me chama, e eu sinto sua respiração nos meus cabelos.

– Hum. – Eu respondo, quase dormindo em seus braços aconchegantes. O ar quente que emanava do seu corpo me rodeava, e meus olhos iam se fechando por conta própria.

– Por que você ficou tão estranha naquele dia? – Cat Noir me pergunta, sereno.

– Isso não importa... Eu estava muito estressada com tudo, e...

– O que nós conversamos sobre mentiras, Marinette?

– ... Tire a camisa. – O loiro me encara, pasmo.

– Nossa, que ótima maneira de resolver uma questão.

– Só tire a camisa...

Ele me olha, confuso, e me obedece, tirando a sua jaqueta de couro preto e extremamente brilhante, seguida da  camiseta verde escura.

– Isso. – Eu apontei para a cicatriz em seu ombro, com lágrimas enchendo os meus olhos. – Foi o que me fez...

Eu desabei, arrependida pelo que fiz. Naquela mesma hora, eu me senti uma idiota por ter feito aquilo. Cat Noir não tinha culpa de nada, mas eu ainda não entendi o porque daquela marca que parecia ter sido uma queimadura.

– Por que, gatinho? Por quê?

– Você sabe que eu não tenho nada a ver com aqueles malucos assassinos.

– Mas ainda dói o fato de você nunca ter me contado nada. – Eu passo a mão no tosto, recusando a ajuda do garoto-gato para secar minhas lágrimas.

Ele me puxa de volta para seus braços, enquanto eu choro sem motivos. Ele já havia me dito que responderia o qualquer coisa que eu perguntasse. Eu não perguntei por medo.

– Eu não contei nada porque tinha medo. – Cat Noir fala, tão rapido que mal percebo que ele disse quase a mesma coisa que acabei de pensar. – De você me abandonar...

– Eu nunca faria isso. Pensei que você soubesse...

– A Marinette nunca faria. – O loiro diz, me feixando confusa por um breve segundo. – Quer dizer... A Marinette que eu conheço não faria isso.

Minha cabeça dá uma volta. Como assim a Marinette que ele conhece? Nos conhecemos há quanto? Três meses, talvez? Quanto ele me conhece para saber como eu era?

– Não me olhe assim, por favor. – Cat pede, levantando uma sobrancelha.

– Mas afinal, você vai me contar ou não? – Eu digo, chorosa.

Ele suspira e fecha os olhos, antes de começar a falar.

– Meu pai sempre foi um empresário de muito prestígio, trabalhava duro para conseguir me dar uma vida boa. Ou pelo menos era assim. Até meu pai se filiar à uma enorme empresa de medicamentos. Ele vivia preocupado com o que seria no próximo dia. – O loiro dá uma pausa, para respirar um pouco depois de ter falado tanto de uma vez. – Foi aí que eu conheci o Plagg. Eu me apresentei para trabalhar na empresa que ele acabara de formar, mesmo que não tinha idade pra isso. Ele me ensinou uns truques para nunca perder uma luta, e até hoje eu não esqueço das dicas dele.

– Eu ainda não entendi o porque de você ter uma queimadura com o símbolo da facção dos assassinos. – Eu falo, curiosa para saber do que me interessava.

– Já já eu chego lá. – Cat Noir fala, e levanta de minha cama, começando a andar de um lado para o outro sob o carpete, com sua camisa já nos braços e pendendo ao redor da cintura com seus botões abertos. – Até que, eu e Plagg fomos fazer uma ronda noturna na cidade, e escutamos gritos de desespero vindos de um galpão. Quando chegamos lá, uns caras estranhos agarraram o Plagg. Eu tentei ajudá-lo, mas os caras eram muito fortes e rápidos para mim.

Meu Nome É LadybugOnde histórias criam vida. Descubra agora