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– Aí tipo, eu fiquei tão passada, que comecei a rir! Meu Deus! — Alya disse, quando estávamos voltando para casa, mas eu mal a escutava direito. A cena de hoje mais cedo me martelava a cabeça sem dar tréguas. — E eu, aqui falando igual a uma idiota, e você sem prestar atenção em nenhuna palavra que eu digo.

– Desculpe. – Eu falei, de cabeça baixa. – É que eu ando meio distraída esses dias.

– Tô reparando. – Ela se coloca na minha frente, andando de costas. – Tão distraída, que nem reparou a aliança no meu dedo.

Ela esticou a mão, e eu pude ver uma fina aliança prateada no seu dedo anelar direito. Era perfeito.

– Parabéns, Alya! Parece que o Nino finalmente tomou coragem. – Eu falei, dando um enorme sorriso.

– E também parece que o Adrien nunca vai tomar coragem de te pedir em namoro.

Eu tomei um susto com aquele comentário, tanto que cheguei a engasgar com minha própria saliva.

– Oi?! – Eu falei, recuperando o fôlego.

– Affe, serio que você não reparou o jeito que ele te olha desde o começo do ano? – Eu faço uma careta confusa como resposta. – Pelo jeito não.

Ela me dirigiu até um banco de madeira que ficava na beira da calçada, me sentou lá e se sentou virada parcialmente para meu lado, e eu imitei seu gesto, sentindo o tecido de nossas roupas de tocarem.

– Não pense que eu te sentei aqui porque precisamos conversar. É só porque minhas pernas não aguentam mais andar.

Eu ri, aquela era uma típica ação da Alya. Me fazer rir mesmo quando eu estou nos meus piores dias.

– Essa última semana que você faltou direto na escola, o Adrien sempre me chamava para falar com ele, e eu sempre ficava bem desconfiada quando ele me perguntava de você. – Me ajeitei no banco, ansiosa. – Mais precisamente, ficava desconfiada antes do início da última semana de aulas, quando ele chegou perto de mim só nos nervos, tremendo e tudo. Ele parecia estar tendo uma crise de ansiedade, Marinette. Ele não aguentava mais sua ausência!

Eu olhei para o chão novamente, acho que pela décima terceira vez no mesmo dia. O que Alya acabara de me contar me lembrou do dia que Cat Noir teve um ataque epilético na M.M.D.

– E quando você chegou na escola, toda preocupada, ele só faltou sair correndo para te abraçar, beijar... Ele me parecia bastante estranho e familiar ao mesmo tempo. — Eu encarei os olhos da morena, e procurei respostas em seus olhos amarelados, mas nada encontrei. – Ele estava preocupado. Preocupado com VOCÊ.

...

Eu li o bilhete diversas vezes. Como assim o Adrien conhece o Cat Noir? Isso é, teoricamente IMPOSSÍVEL!

Passei o resto do dia roendo as unhas e batendo os pés no chão. Devia ser tão irritante, que a Alya me fez tomar um calmante assim que chegamos do passeio.

Quando chegou o horário especificado na carta, eu vesti a roupa nova de joaninha, e coloquei o casaco por cima. O inverno já se aproximava, ou melhor, já era para ter chegado.

Enquanto seguia o caminho, tentava imaginar como Adrien conhecera o garoto-gato. E também... Como o Cat Noir me enviou uma carta, eu sendo Marinette?

Será que...

– O QUÊ?! – Eu gritei, cogitando a possibilidade de Cat Noir saber a minha identidade.

Eu pulo na grama, e olho ao redor, meio cética. Era difícil procurar alguém vestido de preto em meio à escuridão da exata meia-noite.

Meu Nome É LadybugOnde histórias criam vida. Descubra agora