↪Capítulo 26 ↩

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Louis Tomlinson

Estático, é assim que eu estava, tentando absorver as palavras ditas pelo garoto a minha frente. Franzi minhas sobrancelhas, meus lábios se abriam e fechavam na tentativa de falar algo, mas eu não tinha argumentos.

Minha visão ficou embaçada por alguns segundos e meus olhos vagaram pela sala até encontrar as íris de Harry novamente.

— Como...— Sussurei, balançando a cabeça freneticamente.

Não, não.

— Eu...— Começou a dizer mas foi interrompido pela minha risada sem humor, e eu instantaneamente me levantei.

— Não, para de mentir. — Eu disse, passando a mão pelo meu cabelo, parecia que eu estava soando frio. — Isso é impossível!

— Eu estou falando a verdade, é só analisar os fatos Louis. — Disse, se levantando indo para perto de mim mas eu dou dois passos atrás.

— Não sei qual é o seu objetivo mas para de inventar mentiras Harry! — Disse, imbendizer gritando, tapando meus ouvidos com as mãos em seguida.

— Acredita em mim Louis! — Disse, sua voz era abafada mas eu ouvia, fechei meus olhos por causa das lagrimas que queriam vir e me assustei quando o garoto me agarra brutalmente, puxando minhas mãos para baixo. — Eles não são seus pais.

— Sai de perto de mim! — Gritei, tentando empurra-lo e ele segurou meus ombros antes de me encostar na parede.

— Deixa eu abrir seus olhos Tomlinson. — Disse, me encarando e a primeira lágrima desceu. — Porra, não quero te vê chorando.

— Então para de mentir pra mim! — Eu disse, olhando em seus olhos e ele balançou a cabeça.

— Não estou mentindo Louis, eles realmente não são seus pais, são apenas sequestradores que lhe raptou quando tinha dois anos. — Gritou, me assustando pelo timbre da sua voz e eu deixei mais lágrimas rolarem.

Não pode ser.

Por favor, não.

Só posso estar sonhando.

Por favor.

— Por favor, pare. — Implorei, juntando minhas mãos até a altura dos meus lábios chorando. — Diz que é mentira.

— Deixa eu te explicar. — Disse e eu balancei a cabeça não querendo ouvir nada. — Presta atenção.

— Por favor. — Supliquei, virando meu rosto em busca de ar.

Estava sendo sufocante.

Minha vida inteira não pode ser uma mentira e é agoniante pensar nisso.

Me deixe acordar.

— Eu não queria te falar por isso, sabia que iria ficar transtornado. — Disse e eu abri meus lábios instantaneamente. — Deixa eu falar, acha que é porque que sua suposta mãe nunca mostrou sua certidão de nascimento? Ou que seus pais nunca lhe levaram para conhecer alguns de seus parentes? Como não lhe dão atenção o suficiente e nem carinho? Porque eles não são seus pais, e não lhe consideram como filho apenas estão cuidando de você por interesse, esperando ansiosamente que você complete dezoito anos.

Eu ouvi, e continuei a encarar a parede ao lado, com as lágrimas caindo dos meus olhos e eu não queria acreditar em nada.

Comecei a lembrar, juntar peças, a minha ficha parecia querer cair mas eu simplesmente não queria acreditar.

Minha mãe nunca me deu carinho suficiente, entre oito e quinze anos ela ficava o dia inteiro fora e chegava somente de madrugada, acordando as nove da manhã no dia seguinte e saindo novamente. Nunca foi de me levar a escola ou frequentar reuniões escolares, e ela e meu pai sempre diziam que era da casa pra escola, da escola pra casa.

Meu pai ficava em casa, sempre lendo um jornal ou arquivos de trabalho, mandando eu arrumar a casa e fazer a comida, de acordo com ele, a vida não é só regalias, e que ele fazia isso para eu me tornar um homem de bem.

E eu me lembro vagamente de uma vez que pedi minha mãe para vê meu registro e ela disse que havia perdido num incêndio da nossa antiga casa.

Questionei várias vezes o porque de não parecer com meus pais e me disseram que eu tinha puxado o meu avô, que havia morrido de câncer quando eu tinha seis meses.

Eu tinha dúvidas, e a minha cabeça agora estava pesada. Sentia uma necessidade de me afogar numa piscina por horas e me esquecer do mundo cá fora.

Simplesmente sumir.

— Você sabe que eu estou falando a verdade. — O garoto de olhos verdes disse, e eu fechei meus olhos novamente. — E sabe onde seus supostos pais estão agora? Na florida, tentando achar seus pais verdadeiros.

— Porque eles fariam isso? — Questionei, ainda sem acreditar.

— Eles querem matá-los, mas não se preocupe, nenhum deles merecem seu sofrimento. — Ele disse, soando meio arrogante.

— Você só pode estar mentindo, isso não pode ser possível. — Eu disse freneticamente, colocando minhas mãos sobre a boca achando isso tudo inacreditável.

— Seus próprios pais me contrataram para te procurar Louis, te achei a três anos, e desde aí eu te vigio sempre. — Disse e eu o olhei abismado.

— Como assim? — Questionei. — Não te conheço nem a um ano.

—  Eu sei, mas eu sempre estive por perto, mesmo não chegando perto de você, eu sempre estive. Quando te achei, eu tinha que ter te levado até seus pais verdadeiros, mas eu não fiz isso e desde então eu minto, falando para eles que não te encontrei ainda.

— Isso...porque? — Interroguei, deixando minhas costas deslizarem sobre a parede até eu chegar ao chão, as lágrimas não paravam de rolar nenhum segundo e eu parecia estar viajando numa máquina do tempo, ao lembrar de todos os momentos vividos com as pessoas que eu acho ser meus pais. — Por favor Harry, não faz isso comigo.

Eu murmurei, soltando um soluço e ele se agachou a minha frente, pegando meu rosto com as duas mãos.

— Você ainda tem que saber de muita coisa, primeiramente que seus verdadeiros...— Começou a dizer mas eu coloquei a minha mão sobre a sua boca, o interrompendo.

— Por favor. — Pedi, olhando em seus olhos e ele travou seu maxilar antes de tirar minha mão sobre seus lábios, suavizando seu olhar em seguida e assentindo. — Eu...

Não sabia o que falar, então meus olhos desviaram dos seus que pareciam queimar minha pele. Fiquei olhando para um ponto fixo atrás de Harry, paralisado, sem saber o que fazer e minha mente estava uma bagunça.

Até o garoto passar seu polegar debaixo dos meus olhos, limpando as lágrimas que caiam sem meu consentimento. Eu olhei para seus lábios que me mostraram um mínimo sorriso e em seguida para seus olhos que estavam mais verdes do que nunca, e ele pegou minhas mãos, encostando ambas sobre seu peito.

Eu podia sentir os batimentos do seu coração, eram acelerados e eu franzi minhas sobrancelhas levemente com aquilo. Ele começou analisar cada traço meu, começando a focar só nos meus olhos depois.

— Toda vez que você chora, seus olhos ficam mais azuis, e é tão bonito ao mesmo tempo que agoniante porque eu não gosto de te vê chorando, mas amo como seus olhos ficam. — Ele disse e eu fiquei sem reação, então meus olhos se desviaram para minhas mãos.

— Desculpa, não sei o que dizer. — Disse sinceramente, levantando meu olhar para ele em seguida, o mesmo agora estava mais perto de mim, sua respiração batendo em minha testa devido a diferença de altura.

Ficamos assim durante alguns minutos, eu apenas encarava seu peitoral coberto enquanto minhas mãos ainda estavam sobre ele, sentindo seus batimentos ainda acelerados. E era confuso, pois eu não sabia o porque de ele estar assim.

Numa fração de segundos suas mãos pousaram de cada lado da minha cabeça e ele soltou um suspiro pesado, me encarando com seus olhos esmeraldas.

— É uma necessidade incontrolável. — Disse e eu fiquei sem entender, ficando paralisado quando sua mão passa pelo meu quadril e me puxa para cima dele, fazendo ambos cairmos no chão. — De te beijar.

E ele colar seus lábios aos meus.












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