A Espera Angustiante

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Entramos no hospital, e meu pai foi diretamente à recepção para chamar o médico responsável por Rebecca. Matthew, visivelmente agitado, não parava quieto.

— Ei, se acalma — pedi, observando Matthew caminhar de um lado para o outro. — Senta aqui do meu lado, ô coisa.

— Eu quero saber como ela está — disse Matthew, sentando-se ao meu lado.

— Todos nós queremos — respondi. — Meu pai está vindo.

— Alguma notícia, senhor Chad? — perguntou Matthew quando meu pai retornou.

— Consegui achar o médico, ele já está vindo — respondeu meu pai.

— É aquele ali? — perguntei, apontando para o homem que se aproximava.

— Olá, eu sou o doutor Miles — anunciou ele. — Estou responsável pela paciente Rebecca Myers Ackles.

— Como ela está? — perguntou Matthew, levantando-se nervosamente.

— Matthew, calma — pedi.

— Rebecca, devido à queda, teve fratura em duas costelas, quebrou um braço, sofreu traumatismo craniano leve. Seu estado é bem delicado e sua recuperação será bem longa — explicou o doutor Miles.

Fiquei sem reação ao ouvir aquilo. Minha mãe começou a chorar, e meu pai simplesmente começou a criticar Rebecca.

— Você não vai falar assim da Rebecca. Você não estava lá pra saber o que aconteceu, não a viu jogada no chão! — Matthew defendeu Rebecca com palavras duras.

— Quem você pensa que é pra falar assim comigo, seu mal educado?! — disse meu pai, furioso.

— Eu sou Matthew Montgomery Foster, o "mal educado" que cuida da sua filha, coisa que você deveria fazer, ao invés de ficar sempre falando coisas ruins dela — respondeu Matthew, saindo rapidamente.

— Bem feito! — comentei para meu pai e corri atrás de Matthew. — Ei, espera! — gritei. — Menino, se acalma.

— Como você quer que eu me acalme?! — disse Matthew, exasperado. — Aliás, me desculpa pelo jeito que eu falei com seu pai.

— Não se desculpe, ele mereceu. Sempre critica a Rebecca, é por isso que ela é rebelde desse jeito — disse, tentando acalmar Matthew. — Vamos voltar e ir lá ver a Rebecca, ela precisa do nosso apoio.

Matthew concordou, e retornamos ao local onde estávamos.

— Quando a gente vai poder vê-la? — perguntei ao médico.

— Agora — respondeu Miles. — Sigam-me.

Seguimos o doutor Miles até a sala onde Rebecca estava. Ela tinha cortes no rosto, uma atadura na cabeça, e o braço engessado. Parecia muito mal.

— Evitem tocar nela — orientou o doutor Miles.

— Meu Deus, nunca pensei que iria vê-la nesse estado — lamentou minha mãe.

— Ela está em coma ou está dormindo? — perguntei.

— Dormindo. Tomou sedativos para ajudar a aliviar a dor. A queda foi feia — explicou Miles.

— O dormitório de vocês fica no 4° andar, e ela estava caída no início do 2° andar — disse Matthew, trazendo à tona os detalhes da queda.

— Isso não teria acontecido se ela olhasse por onde andava — comentou meu pai, provocando minha explosão.

— Está brincando, né? Agora eu sei por que Rebecca não gosta de você. Sai daqui! — gritei. — Mãe, tira esse homem daqui! — pedi.

Minha mãe, assustada com meus gritos, retirou meu pai da sala junto com o doutor Miles.

O último andarOnde histórias criam vida. Descubra agora