Faziam quase duas semanas que não via Ana, a última vez foi no escritório do restaurante. Devorei seu livro em poucos dias, e posso dizer que depois que acabei me encantei mais ainda por ela.
Logo pela manhã minha rotina era ligar a TV, assistir ao jornal que ela apresentava e depois começar meu dia.
Noite passada sonhei com ela, acho que essa minha obsessão por Ana Torres, não está me fazendo muito bem... Não a conhecia direito e a vi poucas vezes, mas já sentia uma saudade que não era normal. Passava o dia suspirando pelos cantos e com esperança dela aparecer no Lafaiete.
Eu não era hétero, pelo menos nunca me rotulei, eu amava pessoas e não suas genitais.
Amar uma mulher não era uma novidade para mim, na verdade já tive algumas paixões, mas nada que me fizesse querer enfrentar o mundo. Era loucura, me apaixonei pela mulher que via toda manhã na Tv e por vezes nos seus sonhos.
Não podia estar apaixonada por Ana Torres... Simplesmente não podia, porque eu sabia onde isso ia dar.
Fechamos mais uma noite e como em toda madrugada sobramos eu e Felipe na cozinha, conversamos um pouco, sobre os filhos dele e a festa de aniversário de casamento que ele faria na sua casa para os amigos mais próximos. Nos despedimos no estacionamento do restaurante, Felipe saiu com seu carro e fiquei para trás me ajeitando.
Coloquei o capacete e liguei a moto, mas antes de dar partida uma figura logo a frente me chamou atenção.
Desconfiada liguei o farol e aos poucos a pessoa foi se aproximando.
- Ana? - Falei surpresa. Ela não respondeu. Se aproximou mais, pegou na minha mão e me fez desligar a moto. Tirou meu capacete e me olhou com ternura.
- Ana, você está bem? Precisa de ajuda? O que houve? - Falei assustada. A mulher ainda estava muda. - Ana...
- Shiii... - Pronunciou colocando delicadamente seu dedo nos seus lábios me calando. - Não fala nada, Cristina...
Ela se aproximou mais e na ponta dos pés, levou seus lábios até o meu.
Eu não estava acreditando. Minha primeira reação foi congelar, mas não consegui ficar quieta por muito tempo sentindo sua boca na minha. Puxei Ana pela cintura e me curvei para deixá-la mais confortável, já que eu era mais alta. Nossas bocas agora se encontravam com mais urgência e meu instinto me fez aperta-la mais em meus braços.
Peguei Ana pela cintura.
- Cristina! - Falou assustada e riu em seguida.
Coloquei minha pequena sentada na moto e me encaixei entre as suas pernas.
Acariciei seu rosto com delicadeza, não acreditando no que estava acontecendo.
- O que deu em você? - Coloquei uma mecha de cabelo atrás da sua orelha.
Ela abaixou a cabeça envergonhada.
- Eu precisava ver você! Beijar você! – Levou seus dedos até meus lábios. Fechei os olhos e aproveitei seu carinho.
- Então beija... - Falei encarando seus olhos castanhos.
Ana sorriu e no segundo seguinte me beijou. Sua língua pediu passagem e o que antes estava calmo, agora estava puro fogo.
Minhas mãos acariciavam sua cintura e desceu até a suas pernas. O vestido de Ana estava subindo à medida que me encaixava mais entre suas pernas.
- Vamos sair daqui! - Falei beijando seu pescoço.
- Por favor! - Soltou um pequeno gemido.
Coloquei meu capacete na sua cabeça e montei na moto com Ana atrás de mim. Ela abraçou minha cintura e me apertou a medida que ia aumentando a velocidade.
Chegamos no meu pequeno apartamento aos beijos e assim que a porta se fechou ela desceu as alças do seu vestido, ficando somente de lingerie.
- Você é perfeita! – Falei encantada.
Ana sorriu e colocou os braços em volta do meu pescoço.
- Você é perfeita, Cristina González! - No instante seguinte estávamos na minha cama, eu por cima do seu corpo, com todo cuidado para não a machucar. Ela era tão pequena e tão frágil.
- Cristina, eu não sou de porcelana! - Falou rindo
- Não quero machucar você - Disse beijando o monte dos seus seios.
- Eu confio em você! - Minha boca se apossou de um dos seus seios e Ana gemeu lindamente.
Descia minha boca pelo seu corpo e quando cheguei na barra da sua calcinha ela me parou.
- Que foi? - Falei ofegante
- Eu nunca fiz isso... - Fiz cara de confusão.
- Você é... Virgem? - Ana revirou os olhos.
- Claro que não, Cristina! - Disse rindo. - Quis dizer que nunca fiz sexo com uma mulher!
Podia jurar que vi ela corar.
- Ahhh... - Falei acariciando seu rosto. - Confia em mim?
Ela balançou a cabeça que sim. Foi o que precisava ouvir para afundar minha boca no seu ponto de prazer.
O mundo podia acabar naquele momento, só o que importava naquela hora era eu e ela e claro seus gemidos sexys.
- Estou quase... - Disse gemendo mais alto. Aumentei o ritmo da minha língua e fechei os olhos esperando sentir seu gosto na minha boca.
- Bom dia! - Olhei para Ana.
- Que? - Falei sem entender.
"Bom dia! Está começando o seu primeiro noticiário do dia! Hoje receberemos aqui na nossa bancada um dos candidatos..."
No instante seguinte estava de cara no chão.
- Aí! - Falei levando a mão a cabeça.
O sol invadiu minha sala e na minha TV, Ana apresentava o jornal da manhã.
Sentei no chão sem acreditar. Eu tinha sonhado mais uma noite com Ana Torres.
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Amor Doce Amor
Romance"Passei minha pequena toalha pelo rosto, tirando um pouco de farinha espalhada. Olhei mais uma vez para o corredor e ouvia cada vez mais vozes diferentes. Quando se trabalha em um cozinha você se acostuma com cada som que sai das panelas, dos utensí...