Fogo

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Estávamos no meio do expediente e como sempre o Coccina Dulce estava cheio.

- Chef mais duas sobremesas para a mesa 2! - Um dos cozinheiros gritou.

- Regina, por favor supervisione os estagiários com a sobremesa.

- Sim, chef! - Falou indo em direção aos estagiários.

Regina foi uma ótima aquisição, era muito boa cozinheira e uma líder nata.

- Felipe! - Chamei meu amigo. - Olhe as carnes, acho que estão passando demais do ponto... - Falei analisando um dos pratos com carne, na verdade o único prato do Coccina Dulce que levava carne.

- Ok! - Falou correndo.

- Clara precisa de ajuda? - Fui até sua bancada.

- Tudo sob controle chef!

Olhei ao redor e a cozinha estava em uma sincronia quase perfeita.

- Porque esses pratos ainda estão aqui?

Um dos garçons apareceu correndo.

- Desculpe, Chef Cristina, já estamos levando! - Três garçons apareceram carregando os pratos já prontos.

Não era uma carrasca na minha cozinha, mas também não gostava de desorganização, na minha opinião se um setor da cozinha falhar, toda a cozinha se perde, era uma reação em cadeia. Tudo deveria estar alinhado, aí sim íamos oferecer um ótimo serviço aos clientes.

- Boa noite a todos! - Escutei o meu som preferido.

- Boa noite, Ana! - Falaram. - Senhorita! - Por onde Ana passava era cumprimentada. Nossos olhos já estavam conectados. Ana veio andando em minha direção como se estivesse desfilando em uma passarela.

Alguns olhavam disfarçadamente, outros nem tanto, mas como não admirar aquela mulher, que agora era minha. Estávamos juntas há duas semanas e ainda não tínhamos nomeado nosso relacionamento, só sabíamos que eu queria ficar com ela e Ana queria ficar comigo. Era o bastante no momento.

Cruzei os braços e olhei para alguns descarados que olhavam o quadril de Ana.

Ela ria divertida, pois sabia que estava dando meu olhar mortal e sabia o motivo.

Os abusados viraram o rosto envergonhados e a cozinha voltou ao seu estado quase normal.

Eu disse antes que a cozinha tinha que funcionar em sincronia, pois então a presença de Ana sempre causava alguma reação em cadeia...

- Meu amor! - Ela disse me abraçando.

- Que saudades! - Falei beijando seus lábios. - Faz o que? Quatro horas que não te vejo - Ela sorriu.

- Só vim te dar um abraço e um beijo rápido! - Ana tentou se afastar e a puxei de volta.

- Ei volte aqui! - Falei abraçando seu corpo novamente.

- Não pode namorar na cozinha! Coff...Coff!! - Escutei Clara falar e depois fingir está tossindo.

- Escutou dona González! - Ana disse me beijando. - Deixa eu voltar para o jantar, as pessoas estão me esperando! - Me deu outro beijo.

- Quem está aí com você?! - Perguntei um pouco incomodada.

- Alguns patrocinadores do portal e minha secretaria. - Ana me olhou com ternura. - Para de ciúmes... - Ela envolveu seus braços em volta do meu pescoço.

- Não estou com ciúmes! Quem disse que estou com ciúmes? - Falei revirando os olhos.

Ana riu e me puxou para um beijo mais demorado. Escutamos alguns assobios e ela me soltou envergonhada.

Amor Doce AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora