Casaco de lã

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Depois que Ana foi embora naquele estado, eu não fiquei muito melhor. Deitei no sofá e desabei também. Agora era seguir a vida e me acostumar com sua ausência.

Escutei o barulho da chave abrindo a porta e logo depois senti alguém parando na minha frente.

- Cristina... - Clara falou triste. - Espero que me perdoe, mas eu precisava fazer isso pela Luiza.

Limpei algumas lagrimas e engoli o choro.

Me sentei e bati ao meu lado para Clara se aproximar. Ela soltou a respiração aliviada e assim que sentou me puxou para um abraço.

- Espero que um dia você me perdoe... - Me soltei do seu abraço.

- Não tem nada o que se perdoado! Você foi a única sensata aqui, pensou em Luiza quando eu estava tão afundada na minha mágoa que não conseguia enxergar o que era melhor para minha filha. Obrigada! - Ela me puxou para outro abraço apertado.

- Que bom! Por um momento achei que você fosse me matar! - Disse nos fazendo rir.

Clara tirou alguns fios de cabelo do meu rosto e secou as lágrimas que insistiam em cair.

- Você terminou, não foi? - Apenas concordei. Clara bufou. – Cristina, sabe o que penso sobre tudo isso... Vocês deveriam conversar!

- Não tenho nada para falar com ela. Será melhor assim, para todo mundo. - Apesar de não concordar, Clara não falou mais nada. - E você por onde andou nesses dois dias?

Ela riu travessa.

- Estava com Regina...

- Sua sacana! - Disse nos fazendo rir. - Se acertaram ou melhor você decidiu de quem gosta? - Revirei os olhos.

Ela deu de ombros.

- Na verdade... Eu ainda estou um pouco confusa, mas tenho quase certeza que é Regina! - Disse empolgada.

- Fico feliz por você minha amiga!

Ela me olhou com ternura.

- Cristina, porque vocês não...

Não a deixei terminar.

- Nem começa! - Clara se calou. - Ela veio aqui mais cedo e viu Luiza... Minha menina ficou tão feliz! Escutava a risada das duas aqui da sala.

- Sabia que iria alegrar a Luiza!

- Ela pediu para ver Luiza outras vezes... - Clara me olhou em expectativa. - Mas não deixei...

Ela bufou irritada.

- Olha, é melhor assim.

- Você está tentando se convencer disso não é? - Concordei com a cabeça baixa.

Escutamos batidas na porta.

- Regina? - Falei

- Não! Ela está no Coccina Dulce, acabou de me deixar aqui e foi para o restaurante.

Nós olhamos curiosas.

Clara correu até a porta.

- Boa noite! - Escutei uma voz que não conhecia.

- Olá! - Clara respondeu.

Levantei e fui até a porta.

- Aí está você! - A mulher me olhou irritada.

Hoje por acaso era o dia de afrontar a Cristina?

- Pois não... - Falei me aproximando.

Amor Doce AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora