Lágrimas

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- É aqui que precisam de ajuda para cuidar de uma teimosa gripada? - Ana bateu na porta do meu quarto antes de entrar.

Sim eu estava gripada, muito mesmo e sim eu e Ana nos aproximamos ao longo dos dias.

Ela sempre visitava Luiza, ou ia até o Coccina Dulce jantar com alguns investidores e clientes.

Os dias estavam frios e chuvosos e de presente ganhei uma gripe daquelas.

- Oi Ana! Entra! - Falei me sentando na cama. - Nem escutei a campainha.

- Sem problemas! Clara abriu a porta para mim! Por falar nisso ela pediu para avisar que levou Luiza para dar uma volta!

- Nesse frio... Atchim! - Espirrei pela vigésima vez naquele dia e puxei a caixa de lenço de papel para perto de mim.

- Não se preocupe, Luiza estava bem agasalhada eu mesma conferi! - Disse piscando para mim.

- Obrigada, Ana! - Limpei o nariz com um lenço. - Nossa que situação...

- Que foi? - Ela disse rindo.

- Eu estou péssima, descabelada, com a cara inchada e o nariz vermelho e você aqui tendo que presenciar essa cena!

Ana se aproximou e levou uma das mãos ao meu rosto.

- Você está linda! - Sorri sem graça.

- Atchim! - Espirrei de novo. – Ana, melhor você sair de perto de mim, não quero que pegue gripe! - Assoei o nariz novamente.

Ela levantou sem dizer nada e saiu do quarto.

- Ana? - Falei assustada. - Ana! - Já estava levantando da cama quando ela voltou cheia de sacolas.

- Já para cama, Cristina! - Falou ajeitando meus travesseiros.

Me deitei muito contrariada, mas feliz por ver que ela não foi embora.

- O que é isso tudo? - Disse mexendo nas sacolas.

- Filmes! - Ela disse tirando três DVDs da bolsa. - Chocolates! Vinho! - Foi tirando os itens e meu sorriso foi aumentando. - Ahh e trouxe aquela sopa que você adora! Carne...

- Com legumes! - Falamos juntas.

Ana sorriu junto comigo.

- Obrigada, Ana! - Falei pegando em sua mão. Ela sorriu surpresa. Éramos amigas agora, mas eu nunca tocava em Ana, era sempre uma distância segura que fazia questão de estabelecer.

- Eu só queria que tivesse um sábado divertido... - Falou tímida.

Fiz carinho em suas mãos e levei uma delas aos lábios, deixando um leve beijo.

Ela sorriu e levou minha mão até aos lábios deixando um beijo demorado.

- Ana! - Falei assustada. - Vá lavar essas mãos já!

- Porque? - Falou recolhendo sua mão.

- Estou gripada e burramente encostei em você! - Disse fingindo irritação.

- Não ligo de pegar gripe!

- Mas eu ligo se você pegar! - Disse pegando o vidro de álcool em gel. - Toma passe nas mãos. - Ela muito contrariada passou o gel.

- Satisfeita? - Falou levantando. - Agora fique aí quietinha, que vou esquentar sua sopa e já volto! - Ela saiu do quarto me deixando com um sorriso bobo, tanto tempo sozinha eu tinha me esquecido como era bom ter alguém cuidando da gente.

Amor Doce AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora