Mais um mês se passou e eu ainda não havia feito o pedido. Como Clara dizia: "Eu estava sendo uma frouxa!"
Ninguém sabia sobre a gente a não ser Felipe, Clara e uma amiga dela. Estava tão bom assim, que eu tinha o medo bobo de estragar tudo tornando as coisas mais "sérias".
Porque temos que nomear tudo? Para mim bastava eu ser dela e ela ser minha.
Luiza estava cada vez mais grudada em Ana, falava dela o tempo todo e quando ela não estava com a gente pedia para irmos até seu apartamento.
Os dias eram assim, alguns na sua casa e outros na minha. Na frente das câmeras permanecíamos o mais profissional possível, tanto que ninguém do programa desconfiava da nossa relação.
Hoje nós tínhamos uma gravação externa, saímos em duas vans dos estúdios, até o local que seria gravado o programa.
Ana foi em uma van com as meninas da produção e eu fui com os Adam e Vitor na seguinte.
Assim que chegamos ao local da gravação, o diretor nos explicou como seria a prova do dia e como seria a entrada de Ana e de nós três jurados.
- Então, pessoal, hoje teremos uma entrada diferente! - Rodolfo disse rindo. - Lá fora temos motos iradas! - Disse brincando. - E cada um entrara em uma. - Vitor adorou a parte da moto, eu idem, afinal minha paixão por motos ainda era viva em mim. Ana me olhava de rabo de olho, mais sorria animada, porém Adam... Esse aí não estava com a cara muito boa.
- Que foi Adam, não gostou da ideia? - Rodolfo perguntou.
- Não vou andar nisso de jeito nenhum!
- Tá com medo, Adam? - Vitor disse rindo.
- Prefiro entrar de um modo mais seguro! - Disse nos fazendo rir.
Rodolfo revirou os olhos.
- Ok! Você entrará de carro! - Adam sorriu aliviado. - Cristina, você vai entrar na garupa da moto do Vitor e Ana na garupa da outra moto.
O sorriso da minha flor murchou na hora.
Ana passou o resto do dia um pouco arisca, não consegui falar com ela a sós em nenhum momento, uma hora era maquiagem, na outra roupa, depois gravar os textos...
O programa começou como Rodolfo definiu que seria. Ana entrou na garupa de uma moto e eu na garupa de Vitor.
Chegamos causando uma grande algazarra entre os participantes e Adam arrancou riso de todos quando fez sua entrada triunfal de táxi.
A todo momento eu buscava Ana com meu olhar, ela estava linda e muito nervosa pois as equipes se enrolaram bastante, fazendo eu e Adam colocarmos o avental e ajudar na cozinha.
Em meio aos meus gritos e o desespero dos participantes, o barulho do motor das motos chamou atenção de todos. Eram quarenta motoqueiros com muita fome e quase nada pronto.
- Vamos andar com isso! Você vai fritar isso já! - Eu andava de um lado para o outro na cozinha improvisada.
Depois de muitos gritos, a comida foi entregue.
Ana deu o resultado da prova e logo depois as gravações daquele dia terminaram.
Eu estava exausta e um pouco irritada. Não foi um dia fácil.
Os motoqueiros ainda faziam a festa com Vitor e as outras pessoas da produção. Ana estava encostada em uma das mesas mexendo no celular, enfim poderia falar com ela um pouco.
Tirei a avental e o lenço que usava e andei na sua direção... um homem alto de jaqueta preta e calça apertada se aproximou de Ana.
Parei surpresa quando ele beijou uma das mãos de Ana.
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Amor Doce Amor
Romance"Passei minha pequena toalha pelo rosto, tirando um pouco de farinha espalhada. Olhei mais uma vez para o corredor e ouvia cada vez mais vozes diferentes. Quando se trabalha em um cozinha você se acostuma com cada som que sai das panelas, dos utensí...