Mi Pequeña

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Alguns dias se passaram depois daquele beijo. Ana não voltou mais no restaurante. Depois descobri através do próprio Jean que ela estava viajando a trabalho. Pelo menos não estava fugindo de mim.

- Cristina e Felipe! – Jean nos chamou na porta da cozinha.

- Diga Chef! – Felipe respondeu.

Jean colocou a mão em nossos ombros.

- Confio em vocês, são meus melhores cozinheiros! – Felipe olhou para mim sorrindo.

- Obrigada, Jean! – Meu amigo agradeceu.

- Parem de modéstia! – Disse rindo – Gostaria que os dois estivessem em um grande evento que farei nas próximas semanas. – Meus olhos brilharam. Comandar uma cozinha em um grande evento era uma grande responsabilidade. – Então posso contar com vocês?

- Mas o que.... – Não deixei Felipe continuar.

- Aceitamos! - Disse apertando a mão do meu chefe.

Jean nos abraçou e saiu logo em seguida com um grande sorriso no rosto.

- Você nem sabe do que se trata... – Felipe disse.

- Felipe é uma grande chance, não vamos perder, ok? – Falei encarando meu amigo, que suspirou.

- É você tem razão! – Aquilo seria um grande salto na nossa carreira, tinha certeza disso.

Mais uma noite chegou ao fim e corri de moto para casa. Larguei o capacete em cima da mesa e fui direto para o banho. Tirei a blusa e a calça, quando a companhia tocou.

Bufei e estranhei. Não esperava ninguém, muito menos as três da madrugada.

Coloquei meu roupão e fui até a porta, abri sem nem mesmo olhar pelo olho mágico.

Levei um baita susto.

Ana estava parada na porta do meu apartamento com uma mala nas mãos.

- Cristina... – Falou suspirando.

- A-Ana – Disse ainda assustada. – Está tudo bem?

- Oh me desculpe pela hora! – Falou sem graça – Eu cheguei de Nova York agora... E precisava ver você... – Falou baixo a última parte.

"Outro sonho?" – Pensei.

- Usted queria me ver? – Disse sem acreditar que ela estava ali.

Ela riu.

- Você é adorável, Cristina González! – Suspirou. – A mulher mais adorável que já conheci.

Tinha certeza que fiquei mais vermelha que um tomate.

Ela continuou.

- Olha eu não sei o que está acontecendo comigo... – Abaixou a cabeça confusa. – Você mexeu comigo desde a primeira vez, mas depois daquela noite, daquele beijo... – Minhas pernas estavam bambas e para não pagar mico caindo, me escorei na porta. – Eu vim aqui, porque... Porque eu não consigo parar de pensar em você, Cristina!

Abri a boca sem saber o que dizer.

Ana se aproximou e me escorei mais ainda na parede.

- Eu precisava falar isso para você... E precisava fazer outra coisa também... – Ana ficou na ponta dos pés e encostou seus lábios de leve nos meus.

A saudade falou mais alto e reunindo toda minha coragem, puxei a pequena mulher para os meus braços. Ana envolveu os braços e volta do meu pescoço e aprofundamos o beijo.

Amor Doce AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora