Batalha de Chef

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Como eu queria que aquele dia não chegasse... Depois da bomba que ela me jogou no Coccina Dulce, não tive um minuto de paz na minha vida. Pensava nela assim que acordava, no café da tarde, quando ia me deitar e como se não bastasse ela invadia também meus sonhos.

Isso me lembra de alguns anos atrás, quando me peguei fissurada em Ana, a tal ponto que até a televisão eu passei a assistir.

Tentei evitar a todo custo que seu sorriso ou suas palavras me invadissem, porém foi totalmente ao contrário, aquilo se repetia na minha cabeça como um mantra.

"Não teve um dia sequer nesses sete anos que eu não tenha pensando em você..."

E de novo essa frase se repetia na minha cabeça. Estava a caminho dos estúdios, para o primeiro dia de gravação do programa. Enrolei o máximo que pude para sair da cama, mas Clara estava realmente empenhada na função de minha assistente, me tirou da cama dando um sermão de como seria ridículo chegar atrasada no primeiro dia de gravações.

Ela sabia o motivo da minha demora eu senti isso pelo seu olhar, mas como uma boa amiga ela não tocou no nome de Ana depois do ocorrido no Coccina.

Parei o carro em uma das vagas do estacionamento da emissora, desliguei o motor e permaneci ali dentro ainda com as mãos no volante e totalmente apavorada.

Escutei batidas no vidro e dei um pulo de susto.

Olhei para o lado e Vitor Ricco sorria. Desci os vidros.

- Bom dia, Cristina! - Disse feliz.

- Bom dia! – Falei.

- Animação, mulher! - Falou rindo. - Não está empolgada?

"Não!" - Pensei.

- Claro! - Forcei um sorriso.

Desci do carro e caminhei junto com Vitor até o estúdio.

- Você parece assustada?! - Falou me analisando enquanto andávamos

"Muito perspicaz, Vitor Ricco!" - Pensei.

- É algo novo e eu sempre me apavoro com coisas novas! - Disse nervosa.

- Você vai se sair bem, tenho certeza! - Falou parando no meio do corredor.

- Obrigada de verdade! - Disse respirando fundo. - Vamos? - Falei sem entender porque paramos.

- Esse aqui é seu camarim, mulher! - Disse rindo.

- Uou... - Falei me virando e dando de cara com uma porta escrita meu nome. Eu tinha um camarim, isso sim era novidade para mim.

Vitor apenas riu da minha cara de boba e se despediu.

- Até daqui a pouco! - Falou se afastando.

Coloquei a mão na maçaneta e abri a porta devagar espiando o interior da sala.

Dei de cara com um grande espelho, muitas maquiagens em cima da mesa e várias roupas penduradas em um papagaio ao canto da sala.

Entrei e fechei a porta, olhei tudo como se fosse uma criança analisando seu novo brinquedo.

- Com licença! - Escutei batidas na porta e logo em seguida a voz de uma mulher.

Sorri envergonhada por ter sido pega no flagra. Estava com um vestido em mãos, muito bonito e me olhava no espelho me imaginando dentro dele.

- Gostou desse? - A moça disse entrando na sala e fechando a porta atrás de si.

- Sí! - Respondi

Amor Doce AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora