Você me ama?

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ANA

Desde que Cristina terminou comigo as coisas se tornaram difíceis e complicadas. Minha coluna dava sinais de que o excesso de estresse e trabalho estavam prejudicando a minha saúde, mas eu não me importava. Trabalhar e me enfiar de cabeça nas empresas era a única coisa que me fazia esquece-la, pelo menos por alguns instantes e foi a minha última alternativa.

A alguns atrás dias, criei coragem e mandei mensagens para ela. Ao contrário do que eu esperava, Cristina me respondeu, apesar de ter sido muito seca. Por mais que com todas as minhas forças eu quisesse acreditar que ela estava tão machucada quanto eu, não conseguia e por diversas vezes eu duvidei de seu amor por mim.

Por que mentiu?

Digitei mil vezes em sua janela de conversa, queria mandar, queria confrontá-la e saber o porque de ter mentindo que me amava... e pelo meu casaco de lã que Luiza me confidenciou ter visto no quarto da mãe.

Pensei... pensei muito em tudo que vivemos e em tudo que vivi sozinha antes de Cristina. Na pessoa que eu era a 8 anos atrás, na que me tornei quando a deixei, depois do meu casamento e por fim... a mulher que sou hoje, a mulher que me tornei por ela.

- Alô. – Clara atendeu o telefone no quarto toque. - Oi, Ana.

- Tudo bem?

- Sim.

- É... bem, Clara, eu preciso saber como ela está. – Pedi, não queria, mas minha voz ficou embargada.

Clara suspirou.

- Ana...

- Por favor...

- Você conhece Cristina e sabe o quanto ela ama você o problema é que você a machucou, Ana, de uma maneira que talvez não tenha conserto.

Fechei os olhos com força e senti as lágrimas escorregarem quentes de meus olhos.

- Eu sei que você a ama. Mas não faça ela sofrer mais. – Clara pediu.

- Eu não sei se ela continua me amando. – Sussurrei.

- Não diga bobagens, Cristina é durona e essa é a forma de te afastar que ela encontrou. Não duvide do amor dela, mas se for pra fazê-la sofrer como fez a anos atrás, então, Ana, não a procure nunca mais.

- Eu mudei, mudei por ela. – Sussurrei novamente.

- Sinceramente, Ana... eu duvido muito disso. – Clara se tornou arrogante de uma hora para outra, mas logo voltou ao normal. – Enfim, se você realmente mudou... prove.

Ficamos em silêncio por um momento, gemi baixo quando uma ferroada atingiu minhas costas com força.

- Você está bem? – Clara perguntou.

- Não. – Admiti. – Clara, eu e Cristina não tivemos chances de conversar, você consegue tirar Luiza de casa por algumas horas amanhã?

- Ana, eu não sei... Cristina vai me matar se eu fizer.

- Por favor... – Pedi.

Clara suspirou.

- Eu não quero me envolver.

- Clara... por favor. – Implorei.

- Vou me arrepender disso... – Sussurrou mais para si do que para mim. – okay, Ana.

Nos despedimos e eu desliguei. Chorei mais um pouco naquela noite e por fim, adormeci, já eram 3:40 da manhã.

Meus dias eram assim, eu não me alimentava direito, não dormia direito e só trabalhava mais e mais, e a consequência disso já me dava sinais. Minha coluna doía muito apesar dos remédios fortes e das doses que por vezes eu tomava em excesso e minha enxaqueca voltou com tudo.

Amor Doce AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora