Apatia

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Cavallone adentrou na tenda, brandindo uma pequena faca nas mãos. Hermione o fitou, sem esboçar reação, observando-o desamarrá-la do pilar de madeira, ao qual ainda se encontrava presa.

- Temos que ser rápidos se quisermos prosseguir com o plano, fenice – sussurrou com urgência – Andrew Blackhole deve estar a caminho.

Hermione pôs-se de pé com alguma dificuldade, massageando os pulsos.

- E os Comensais?

- A maioria estava no refeitório – assentiu – já cuidei deles. Ainda há alguns poucos pelo acampamento, mas podemos dar cabo deles rapidamente.

A jovem percebeu um laivo de hesitação nos olhos de Renato. Contraiu os punhos, vincando a testa de irritação.

- O que houve? - sussurrou ameaçadoramente.

O rapaz suspirou, recuando para o lado, dando passagem para que Rayane entrasse.

Atrás da moça, levitada suavemente pelo feitiço de Cavallone, Nora Stuart adentrou na barraca, sendo pousada com delicadeza na parede da tenda.

- E-eu sinto muito, Weasley – Blink contorceu as mãos uma na outra, temerosa – Nora...

- Ela não estava no refeitório – Renato cortou-a, demonstrando um misto de remorso e tensão – Blink... me garantiu que não é uma Comensal da Morte como os demais.

Rayane voltou-se para Hermione, tentando ler qualquer demonstração de piedade no olhar gélido da jovem bruxa.

- Por favor, Weasley... - suplicou – Nora é toda a família que me restou... - acrescentou afoitamente – ela pode... nos ajudar... - choramingou – poupe a vida dela...

Sentiu o coração palpitar dentro do peito, se corroendo de aflição. Não via nenhuma nesga de pena na expressão endurecida de Hermione.

Por fim, ela se aproximou de Renato. Embora fosse quase meio palmo mais baixa que o bruxo, Weasley facilmente o fez se encolher.

- Faça o Voto. Mesmas condições – declarou enfim – que ela morra antes mesmo de pensar em nos trair, Cavallone. Não precisamos de mais um obstáculo em nosso caminho.

Blink suspirou de alívio, cobrindo o rosto com as mãos.

- Obrigada, Weasley – agradeceu, pousando-as contra o peito – obrigada...

O rosto de Hermione não possuía nenhuma centelha de simpatia.

- Sabe que o mesmo valerá para você, não é?

- Sim – a garota respondeu imediatamente – eu sei... - guinchou – mas eu sabia que jamais mataria alguém realmente inocente... - secou as lágrimas com o dorso da mão direita – mesmo que essa situação tenha destruído... a todos nós...- corajosamente sustentou uma troca de olhares com Hermione – eu não perdi nenhum filho... não posso imaginar como estão sofrendo... - declarou, decidida – mas queremos justiça.... tanto quanto vocês desejam.

Renato franziu o cenho, espantado, vendo a bruxa inclinando a cabeça, como se analisasse Rayane pela primeira vez na vida.

- A levaremos conosco, minha bela – intercedeu Cavallone – garanto que as vigiarei de perto.

Um suspiro aborrecido escapou dos lábios de Hermione.

- Está bem. Vamos logo com isso – sibilou – desperte-a... conjure o feitiço... partiremos assim que limparmos a área - apanhou a varinha que Renato lhe inclinou – Blink... você vem comigo.

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