A vida de Elena

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Já fazia o quê? Ele pensou. Uma, duas horas? Ele já tinha feito perguntas, já tinha tentado imaginar como sair atrás dela e estava ficando nervoso. Nenhum sinal de Elena, nenhum sinal dela e de ninguém para dizer o que diabos estava acontecendo.

Aidan estava ficando furioso e preocupado.

Até que Elena, no meio das pessoas transitando, apareceu. Ela estava molhada, inteiramente molhada, como se estivesse dentro de uma piscina de roupas e tudo. Seu rosto estava roxo, pálido e ela andava devagar, com um rosto de quem tinha ficado sem dormir há uma semana. Ela parecia sem ar também. E o queixo dela tremia.

Aidan parou de respirar e correu até ela. Correu o mais rápido que pôde e pegou as mãos dela para si, determinando que ela estava com as mãos tremendo muito.

- MEU DEUS, ELENA! - Ele puxou-a para perto. - O QUE DIABOS ACONTECEU? SUAS MÃOS ESTÃO COMO GELO!

E ela estava tremendo muito, muito mesmo. Ela mal conseguia se mover, de tanto frio. E uma enorme lagoa de água praticamente se formava ao redor dos pés dela.

- Ti...ti...tire...me...da...qui... - Pediu tremendo.

- Ok, ok, vamos lá. - Ele puxou ela para si, abraçou-a com força e a ajudou a chegar até o elevador. - Tudo bem, vamos lá. - Apertou o botão de seu andar, vendo que ela estava pingando muito de tão molhada.

Ela estava pálida, mas estava gelada como se estivesse em uma geladeira.

- Ele... ele.... fu...fugiu. Matou pessoas. - Falou com dificuldade.

- Tudo bem. - Ele esfregou as mãos dela contra as suas, prestando atenção nas reações dela. - Nós vamos achá-lo, ok?

Ela concordou.

- Eu...eu...es...esto...estou...com.... frio. - Declarou.

- Eu sei. Já estamos chegando.

Aidan praticamente arrancou-a do elevador, puxando-a para o apartamento. Ótimo, pensou ele, ali, ele teria que bancar o tutor dela, ela querendo ou não. Deixou-a no meio da sala, depressa, e saiu correndo até o armário, pegando uma toalha grande e macia.

- Aqui. - Ele correu até ela e começou a esfregar a toalha no corpo dela, por cima da roupa.

Ele percebeu a mão dela nervosa, tentando pegar a toalha.

- Deixe eu fazer isso, vai ser mais rápido. - Pediu.

Ela concordou.

- O que aconteceu? Por quê você está tão pálida e tão molhada?

- É um feitiço. - Falou e estava soltando fumaças de frio pela boca. - Eu vi o passado. Eu vi o que meu pai viu quando fugiu. É perigoso, mas eu precisava saber.

- Perigoso e precisava saber não deviam estar na mesma frase, Elena. - Ele decidiu vendo ela tremer muito. - Ok, vamos precisar tirar essas roupas molhadas de você.

Ela sacudiu a cabeça negativamente tentando pegar a toalha para se enrolar com força.

- Eu sei que você não quer, mas vamos tirar. - Ele falou sério. - Você está provavelmente em uma crise de hipotermia e eu preciso te esquentar.

- Eu não quero tirar. - Ela falou com uma voz melada e infantil.

Ele nem queria explicar para ela que pretendia medir a temperatura dela para decidir se ia levar ela pro hospital e que se estivesse tudo ok, que pretendia dar um banho morno nela.

- Elena, você está ficando azul. - Ele percebeu. - Não vai doer, ok?

Ele segurou a calça dela com força e começou a procurar o botão. Elena afastou a mão dele com força, ficando roxa praticamente de tão constrangida.

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