O que somos nós?

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- Não mexa nisso.

Aidan entrou no próprio quarto, olhando para a menina sentada na cama analisando o curativo feito rapidamente por Aidan apenas meia hora antes. Agora, os dois mais calmos, tiveram tempo de respirar o cheiro do chá que Aidan tinha feito e trazia em uma caneca quente e alta.

Elena procurou não se irritar, colocando a mão de lado e suspirando. Ele tinha pelo menos tentado ser gentil, fazendo-lhe um chá, mas não mudava o fato de que ele era um cético-babaca-metido-a-gostosão. E ela não estava considerando ele um amigo nesse momento.

- Aqui. - Estendeu a xícara para ela. - Camomila.

Elena aceitou a xícara, respirando o vapor e aproximou o chá da boca, fazendo uma careta no momento em que sorveu o primeiro gole.

- Nossa, isso está horrível! - Falou.

- Eu não sou exatamente britânico. - Ele riu da reação dela. - Você quer açúcar aí?

- Não se põe açúcar em um chá, seria sacrilégio.

- Ok, Dona Guru dos Chás. - Brincou ele, encostando-se na sua cômoda cruzando os braços. - Ainda quer me matar?

- Com certeza. - Admitiu.

- Mas, não vai me matar. - Compreendeu vendo que ela estava mais calma. - Como está o braço?

- Dolorido.

- Eu iria estranhar se não estivesse. - Concordou suspirando. - O que diabos você está fazendo com você mesma, Elena?

- Nós dois concordamos que isso não é da sua conta.

- Eu não concordei com nada. - Olhou fundo nos olhos dela, e tomou uma decisão. - Você está me apresentando seu mundo, estou vendo tudo que você é, magia e tudo mais.... eu acho que seria justo eu te apresentar meu mundo também.

Elena olhou para ele, quase rindo, um tanto nervosa.

- Não nessa vida.

- Escute só, antes de recusar. Eu tenho um ponto aqui. Você está sozinha no mundo, e pelo o que eu percebi você passa mundo tempo sozinha no castelo em que você mora... e quando não está lá, está com seu covil, fazendo magia. Elas eram tudo para você, eu sei disso, mas elas não são sua família.

- Eram. Eram minha família sim.

- Mas não cuidavam de você, não é mesmo?

- Eu nunca permiti isso, Aidan. - Acusou. - Elas sempre tentaram. Eu não quero e nunca quis.

- Não é tão ruim assim, Elena. Estabilidade. Alguém que se importa. Uma refeição quente no final do dia.

- E o que isso inclui? - Perguntou um pouco irritada, apertando a xícara para si. - Quer que eu more com você? Faça sexo com você?

- Claro que não, eu te conheço tem dois dias! - Ele sentiu-se ofendido. - Nem sei se vou gostar de você ainda! Você está confundindo as coisas, Elena! Meu mundo não é BDSM convencional! Eu não vou te amarrar na cama e te comer!

As bochechas dela ficaram vermelhas. E ele percebeu que tinha usado um vocabulário com o qual ela não estava acostumada.

- Elena, eu sou como um tutor. Um pai. Se você aceitar, e eu não estou dizendo que vai, eu vou te ajudar com isso aí. - Apontou para o braço dela. - E com seus sentimentos e dúvidas.

- E como vai fazer isso? - Resolveu ouvir a proposta dele.

- Estrutura. Regras. Limites. Amor. Colo.

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