Elena olhou para o pai, pela primeira vez. E ele não era nada como ela tinha imaginado. Ela havia imaginado algo assustador, mas viu um senhor, vestido tal como ela - um homem da noite - de cabelos brancos e olhar maligno demais. Ele não parecia um grande mago, mas ela tinha que lembrar que ele era perigoso.
- Um policial. - Ele riu passando o dedo sob a cômoda branca do quarto dela. - Sempre te imaginei com um bruxo milenar, alguém forte.
- É uma pena que você não tenha o direito de me imaginar com ninguém, não é mesmo? - Falou dando um passo para trás.
- Eu não fui exatamente o pai do ano. Concordou com você, mas Deus, você parece com sua mãe!
- Por quê você está aqui?
- Você tem algo que eu preciso. - Falou diretamente.
- Quer me sacrificar para o seu Deus. Acha que ele vai te dar alguma coisa em troca?
- Elena... Elena... como você é ingênua. - Ele bateu uma palma no ar, uma vez só. - Acha que eu vou sacrificar minha única filha? Você acha mesmo que vou jogar fora um sangue tão precioso como o seu?
Não? Pensou, Elena. Não mesmo?
- O que você quer?
- Você. - Sorriu um sorriso macabro. - Você comigo. Junto. Nós dois, podemos fazer coisas incríveis, Elena.
- Nunca. - Cortou a fala dele.
- Você não consegue ver agora, eu sei, querida, eu fui tão ausente na sua vida.... eu queria ter te criado, mas aqueles tapados em Morrigan....eu sinto tanto... - Deu um passo para frente.
Elena se assustou de andou para trás quase violentamente demais.
- Não chegue perto de mim, eu vou gritar.
- Você é mesmo bem ingênua. - Riu. - Acha mesmo que eu não protegi este quarto?
Oh, ele com certeza tinha.
- O que você quer de mim?
- Venha comigo. Eu posso te levar daqui. - Esticou a mão.
- Nunca.
- Nós dois sabemos que esse feitiço dura pouco tempo e eu sei que você vai demorar para me perdoar, Elena. - Ele falou tirando do bolso do casaco um pêndulo com uma pata negra pendurada. - Eu acho que você sabe o que é isso....
- Um feitiço de morte. - Compreendeu.
- Para o coleguinha policial. - Sorriu. - Tão fácil... tão simples... mas tão eficaz.... Não se preocupe, eu não vou por meu sangue aqui se você me obedecer.
Elena fechou o rosto. Ela tinha um problema. Um problema dos grandes.
- O que você quer de mim!
- Dispa-se.
Ela gelou e tremeu.
- Como? - Perguntou assustada.
- Eu sei, eu sei... nem nos conhecemos direito... mas eu preciso de uma pequena amostra do seu poder, Elena, para conseguir quebrar o primeiro dos quatro ciclos do véu. E nós dois sabemos que magia importante requer cuidados! TIRE A ROUPA! - Gritou.
Ela tremeu violentamente. Ela podia gritar ou tentar fugir, mas era a vida de Aidan nas mãos dele e tudo que precisava era um pouco do sangue de seu pai ali. Só um pouco e pronto, o feitiço seria concluído. Elena colocou as mãos na blusa e começou a puxá-la para cima, fazendo cara de choro.
- Eu sei, querida, não é assim que você deveria ficar nua na minha frente pela primeira vez, e eu sinto muito por isso, mas eu sou seu pai, não tenha medo. Se nós dois fossemos parceiros, como eu planejava, eu teria te visto nua sua vida inteira, durante os feitiços.
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O Covil Soho
ParanormalA investigadora paranormal Elena Joy é chamada para resolver um caso envolvendo seu horrível passado. Conforme as pistas vão esquentando, Aidan Moore é obrigado a ajudá-la de uma forma que ele não imagina ser possível. Observe Aidan e Elena seguirem...