O caminho negro para Morrigan

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Nota da autora - Pessoas lindas, obrigada pela jornada linda nessa história original BiaSFA. Foi melhor do que eu esperava, com certeza. O prazer de escrever o livro um do "O covil Soho", foi recompensado com palavras carinhosas, estrelinhas, curtidas e eu não poderia estar mais feliz. As outras histórias serão atualizadas aos poucos (vocês devem ter percebido que eu funciono escrevendo mil coisas ao mesmo tempo, e aos poucos, elas vão se completando). "O covil Soho" é uma história curta - e está nos seus 5 últimos capítulos. Ela foi um teste de terreno, para ver o quão abertos vocês estavam para histórias originais, e é com muito prazer e felicidade que eu anuncio que este caminho será trilhado e teremos muitas histórias originais, MELHORES do que esta, em breve. Fique comigo nos próximos capítulos do "O covil Soho" e se preparem para novidades em breve. Beijos da Bia.



O covil de Elena era uma casa. Uma casa simples, de dois cômodos abertos - uma espécie de loft, com um terraço repleto de hortas, pequenos arbustos e um cheiro incrível de tempero. Como em qualquer outra cena do crime, o quarto principal também era cheio de velas.

Um piso de madeira desgastado com um enorme pentagrama branco desenhado e redesenhado com giz ao longo dos anos. Cera de vela pregado nas pontas - raspada e pingada de novo. Potes. Tubos com líquidos coloridos em estantes de madeira. Livros. Flores. E no canto, um enorme caldeirão negro vazio em cima do que parecia ser uma lareira improvisada.

Parecia uma cena de livro, pensou Aidan e Paula parecia tão desconfortável quanto ele. Elena sorriu, começando a tirar a roupa enquanto olhava para o círculo da estrela no chão.

- Se vocês vão ficar no quarto, preciso que tirem a roupa.

O rosto dos dois ficaram brancos. Pálidos demais e brancos.

- Eu vou... - Limpou a garganta com uma tosse. - Esperar no terraço.

- Eu vou com ele. - Paula concordou depressa.

Elena riu enquanto os dois saiam depressa do cômodo, indo na direção das pequenas escadas de metal. Ela precisaria de 8 velas, uma poção e algumas flores. E então, paciência.

Com cuidado, ela se despiu e entrou no círculo, levantando a primeira vela na altura do rosto.

- Fogo. Eis meu presente. - Soprou a vela delicadamente, até que ela se acendeu. - Deusa... eu invoco sua presença, mostre-me seu poder. Três vezes sob mim mesma, tudo que eu desejar. Traga-me o meu...

Um vento forte soprou no local. Um vento gelado que apagou a vela e levantou os cabelos de Elena. Não... não era a Deusa.

- Quem está aqui?

Ela perguntou, sabendo que não se tratava de outra pessoa. O chão ao redor dela estalou e ela ouviu um vulto preto se aproximando.

- Elena...

A voz grossa, baixinha, vinda de um canto da sala chamou seu nome.

- Você não é bem vindo neste círculo, criatura.

Ela se deu conta naquele momento que alguém - provavelmente seu pai, havia estado ali e armado o círculo para sentir magia - e puxar alguma entidade maligna. No círculo, no entanto, ela estaria segura. Ela não podia sair do círculo.

- Elena... venha....

A voz a chamou. Ela viu mãos no escuro. Mãos negras, saindo dali.

- Eu desejo saber onde está meu pai.

- Venha... Dahruyn.

O nome bateu em seu estômago. O nome que ela conhecia dos seus ensinamentos na infância. Então, aquela era a armadilha: Dahruyn era um bairro negro, em Morrigan, que tinha passagem apenas para convidados.

Era a melhor pista. Era a pista que ela precisava. Agora, ela tinha uma decisão séria. Ela poderia ir, sozinha, atrás dele ou quebrar o ciclo e anunciar tudo que sabia para os amigos no andar de cima.

Era uma chance só, pensou. Ele não ia esperar de novo. Não de novo.

Ela tinha que ir.

Elena fechou os olhos, pronta, e mergulhou na voz, sumindo no espaço.

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