Aidan Moore quase voou da sala de Joel. Ele estava revoltado, com um nó no estômago e bem puto. Ele sabia que abordar Elena assim, diretamente, ia ser demais, mas ele pretendia começar a tratar do assunto com ela. Oh, ele precisava. Decidido, ele pegou o celular do bolso, e discou o número de Martinez, para checar como ela estava na loja. Ele tinha relatórios para fazer, mas queria saber se ela estava bem e vigiada.Parou no corredor, enquanto esperava o colega atender.
- Oh, Aidan! - A voz sorridente atendeu. - Podia ter me chamado no rádio.
- É particular, cara. - Admitiu. - Como ela está? Muito trabalho vigiar ela em uma loja movimentada?
- Eu não saberia, Aidan. - Matinez riu. - Ela não saiu de casa ainda. Acho que pode ainda estar dormindo, inclusive.
- A loja dela abre as 8. São quase 11.
- Eu estou te falando, ela ainda não saiu.
Aidan suspirou.
- Eu vou estar aí em alguns minutos.
Aidan juntou todas suas forças, pensando em várias coisas, mas especialmente como ela não tinha ido trabalhar. Havia dormido sozinha e agora estava lá sozinha, com a cabeça cheia de coisas depois de perder duas das pessoas mais importantes de sua vida. Ele tinha dito algo sobre fazer feitiços e coisas assim, mas ele imaginou que ela não estava fazendo feitiços e coisas assim. Pensou nela sentada em um canto escuro, chorando e pensou que ele tinha que estar lá.
O fato de que ele demorou quase vinte minutos para chegar na casa dela o irritou muito e quando ele tocou o interfone, ficou torcendo para ela atender. Se ela não atendesse, ele ia parecer muito idiota e teria que achar um jeito nada orgulhoso de entrar ali.
Um segundo. Dois. Três. Quatro. Cinco.
Onde estava ela?
- Alô. - A voz suave atendeu o interfone.
- Elena. É Aidan.
- Aidan? - Perguntou surpresa. - Você não estava na central?
- Posso subir?
Ele ouvi a porta se abrindo e já soltou o interfone, depressa, entrando no elevador que levaria ele para a sala dela. E a sala dela cheirava à frutas vermelhas e mel. Um cheiro forte e delicioso. Tudo estava iluminado e organizado e Aidan começou a procurar ela com os olhos, quando a viu parada, perto da ilha da cozinha, com um avental muito sujo no corpo e um rosto bem corado. Ele se sentia um idiota, e ela estava bem. Bem e fazendo...
- Isso são sabonetes? - Perguntou.
- Sim. Orgânicos. - Falou levantando uma laranja no ar. - Estou testando coisas novas. Minha casa tende a ser meu laboratório secreto. - Admitiu sorrindo.
- Eu estou vendo isso. - Sorriu para a bagunça na bancada dela. - Você está toda suja de...
- Glicerina. - Riu. - Eu juro que sai no banho.
Oh, e ele queria dar banho nela, agora mais do que nunca, queria ver se ela estava bem. Ver de verdade.
- Posso...? - Perguntou pedindo autorização para se aproximar da bancada.
- Claro. - Ela o chamou com a mão, em um movimento de "vem".
Ele se aproximou olhando para a bancada e os montes de sabonetes, temperos, frutas e raspas de flores. Ela parecia feliz ali... realmente uma bruxa moderna, com aquele olhar gentil, cheia de alquimia e um avental preto. A menina certamente gostava de preto... vestia-se dele como a única cor no mundo. E bom, ela estava em casa, mas parecia estar trabalhando duro.
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O Covil Soho
ParanormalA investigadora paranormal Elena Joy é chamada para resolver um caso envolvendo seu horrível passado. Conforme as pistas vão esquentando, Aidan Moore é obrigado a ajudá-la de uma forma que ele não imagina ser possível. Observe Aidan e Elena seguirem...