Não era de se estranha que Paula não soubesse dos níveis do véu - quem saberia? Era um segredo de estado, difícil. Sacrificar a virgindade de Elena, no entanto, era algo quase sublime para o Deus Cornífero. Quase melhor do que a vida dela - não ia roubar poderes, claro - mas ia garantir que Daisy pudesse ser a última a ser assassinada sem prejuízos. Os poderes então seriam o suficiente para aguentar o véu e era isso que ele queria. Ele queria poder.
Elena tentou não pensar nisso enquanto apertava para si o casaco preto de lã que vestia. Aidan tinha praticamente arrastado ela para o clube de novo, depois de dar um discurso sobre a segurança e o bem estar dela e ela nem sabia como tinha parado ali. E ali, era sentada em uma cadeira de madeira escura, ao lado da uma porta branca fechada com o nome "Dra. Morgan".
Estava claro que ela estava nervosa, mas Aidan havia decido não poupar ela da sensação de sair do controle. Ela ia sair do controle e logo. E ele sabia que aquela consulta - naquele ambiente, faria grande parte do papel. Depois do último acontecimento - sentir-se dependente dele e segura talvez fosse a melhor saída para ela.
- Não podemos ir embora? Eu acho que temos muita coisa para fazer... como voltar em Morrigan e conseguir informações sobre o véu.
- Relaxe, querida.
Pelo menos não havia ninguém mais ali para ver aquela humilhação.
- Elena.
A porta se abriu com um tom médico, com a voz de Morgan a chamando na "sala de espera". O primeiro a se levantar foi Aidan, e depois Elena, que seguiu-o até a sala misteriosa.
Elena quase caiu no chão quando viu a decoração. Uma maca, bem no meio da sala, com um carrinho branco médico ao lado, uma balança tradicional com uma régua métrica ao lado e alguns equipamentos que ela não conhecia muito bem. Fora isso - que era um consultório médico comum - havia uma caixa de brinquedos, cheia de carrinhos, bonecas e ursinhos e uns adesivos de bichinho por todas as paredes. Era ridículo mas Elena descobriu que isso a deixava ainda mais nervosa.
- Como é bom ver vocês. - Morgan sorriu encostando a porta e apontando para a cadeira na frente de uma mesa branca médica, onde ela se sentaria para atender os dois. - Como estamos hoje?
- Tivemos uma noite difícil. - Aidan confessou vendo Elena olhando para os lados e rodando a saia preta assustada. - Elena sofreu um acidente e machucou a perna ontem.
- É mesmo? - Morgan observou também a menina olhando ao redor enquanto se sentava. - E os remédios, já estamos tomando?
- Não. - Aidan confessou. - Dei uma chance dela reagir antes. Ela apanhou e concordamos que ela vai tentar. - Sentou-se também na frente da amiga.
- Pode pegar um, se quiser. - Morgan falou observando Elena que olhava para a caixa de brinquedos. - Quer um ursinho?
- Não. Eu estou bem. - Falou com a voz seca.
- Pode pegar se quiser, querida. - Aidan sorriu para ela. - Pode olhar por aí, o tanto que quiser, ok? Deixe nós dois conversarmos, mas pode andar pela sala.
Oh, e ela pretendia mesmo olhar cada cantinho dali.
- Sem remédios, então. - Morgan anotou a primeira coisa em um computador virado para si mesma. - Ela comeu?
- Comeu. - Concordou. - E eu dei um bom banho nela, ontem também.
- Estamos tendo progresso então. - Sorriu. - Não mexa aí, querida. - Viu Elena se aproximando do carrinho.
- Por quê não?
- Eu tenho coisas estéreis aí, não quero que contamine.
- Oh, desculpe. - Afastou as mãos do local.
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O Covil Soho
ParanormalA investigadora paranormal Elena Joy é chamada para resolver um caso envolvendo seu horrível passado. Conforme as pistas vão esquentando, Aidan Moore é obrigado a ajudá-la de uma forma que ele não imagina ser possível. Observe Aidan e Elena seguirem...