A casa de Elena era uma fortaleza. Era grande, majestosa, do tipo daquelas que Aidan via no cinema. Os móveis antigos e o ar místicos das coisas de rituais espalhadas por todos os lados. Velas brancas, roxas, rosas, e o ar inconfundível de chá fresco. Era ali que ela habitava, era ali que ela destruía toda aquela camada grossa de verniz que era sua roupa e sua personalidade incrível.A nudez do corpo nunca era tão profunda quanto a nudez da alma e vendo Elena como ela realmente era, era um nível incrível de intimidade. Ela tirou os colares, despiu-os depressa, soltando-os por cima de uma mesinha de centro e sorriu para ele. Aidan parecia sério demais e por isso, ela cruzou os braços.
- Você quer me bater. - Compreendeu. - Seu mundo é fodido, Policial.
- Nós temos um acordo, Elena. - Ele lembrou-a.
Ela concordou com a cabeça, tirando os sapatos dos pés e os chutando longe, soltando os ombros no ar. Mordeu a língua, agora muito menos alegre e estalou um som de chateação no ar.
- E o que isso vai te trazer? Prazer? Vai gostar de me bater?
- Eu vou gostar de colocar algum juízo na sua cabeça. - Cruzou os braços.
- É isso? - Ela riu, irritada demais agora. - Acha que vai me colocar juízo? Acha que vai me salvar? Que você é um tipo de cavaleiro de armadura branca? Ninguém pode me salvar, Aidan.
Não era aquela discussão que ele queria ter com ela. E certamente ele não queria em uma posição tão forte assim. Ele sentou-se no sofá, respirando fundo e tentando não perder a cabeça.
- Venha até aqui.
- Aqui? - Ela apontou para sala. - Assim, desse jeito?
- Nós dois sabemos que isso não pode continuar, Elena. Esse seu temperamento destrutivo... cortes, gritos... e eu sei que você está vomitando.
Ela ficou branca e um tanto chocada com a colocação dele.
- E vai me bater por isso.
- Vou. Por quê eu não bateria?
- Não vamos conversar sobre isso?
- Isso somos nós conversando sobre isso. - Anunciou. - Ok. Abaixe a roupa, até os joelhos e venha até meu colo. Vou te deitar de bunda pra cima nos meus joelhos.
- Eu não tenho 5 anos. - Falou quase sem voz.
- Não é o que parece agora, com essas bochechas vermelhas e seu temperamento de fuga. Quer me provar que pode lidar com isso? Venha até mim e não faça uma cena. Você vai apanhar do mesmo jeito.
- Quer saber de uma coisa? Vá se foder. Eu não sou uma covarde.
Dizendo isso, ela abaixou a parte debaixo da roupa, sem critérios e sem falar mais nada, apenas abaixou e não se cobriu. Era raiva, percebeu Aidan, uma raiva perigosa. E foi até ele, se deitando no colo dele.
Oh, aquilo não ia ser suave.
- Só acabe logo com isso.
- Não se mexa e não coloque a mão para trás. Se você bater muito as pernas, eu vou te segurar.
Ela não imaginou dor. Imaginou desconforto. Imaginou pudor. Mas agora, ela só sentia raiva e descontrole. E foi nesse sentimento que sentiu a primeira palmada dele. Agora firme, ardente demais e quase fora do controle dela. Ele era forte - e não estava brincando.
PAFT.
A palmada estalou sob sua pele nua e tornou a região vermelha, mas ela não se moveu e não pulou do colo dele. Nem se quer gemeu, percebeu o policial.
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O Covil Soho
ParanormalA investigadora paranormal Elena Joy é chamada para resolver um caso envolvendo seu horrível passado. Conforme as pistas vão esquentando, Aidan Moore é obrigado a ajudá-la de uma forma que ele não imagina ser possível. Observe Aidan e Elena seguirem...