A crise

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Em pé, olhando para a cama dele, Elena estava nervosa. Ainda estava no banheiro, batendo portas e armários e ela não queria nada daquilo. Ele tinha torcido a orelha dela, com força e agora estavam ali...os dois... com os nervosos à flor da pele.

Elena segurava as mãos para si e quando ele saiu do banheiro, carregando uma bolsa grande demais e a colocou na cama devagar, ela trancou a respiração.

- Não precisa ficar nervosa. - Ele falou. - Você está segura aqui, eu vou só te examinar, pro seu bem.

- Eu não quero.

- Ei... - Ele se aproximou dela, devagar. - Eu sei que combinamos em ir devagar, mas a última palavra é a minha, está bem? Não vai doer e a vergonha está na sua cabeça.

- Aidan... - Elena abaixou a cabeça, tentando não surtar. - Eu tenho cicatrizes no corpo, eu...

- Não há nada do que se envergonhar, está bem? - Ele falou carinhoso. - Eu quero que você se dispa, sozinha e deite nua na cama pra mim.

Ela ficou corada.

- Por favor, não. - Ela começou a chorar. - Não me faça ficar nua assim.

- Querida... - Ele segurou o queixo dela. - Qual o problema? Isso não é só pudor... o que foi?

- Eu não gosto, Aidan, por favor. Vamos deixar isso para depois, eu não quero...

Ele suspirou e deu um beijo na testa dela.

- Eu sei que vai ser difícil, mas quero que se dispa, pequena. Agora. - Falou firme mas sem ficar brabo.

- O que você vai olhar?

- Tudo. - Garantiu.

- Posso ficar de blusa?

- Não, Elena. Nada.

- Minha calcinha... meu sutiã.

- Você vai tirar tudo. - Ele falou sério. - Nua significa nua. Pelada.

Ela cruzou os braços, defensivamente.

- E se eu não obedecer?

- Vai doer, mas eu vou te segurar, pequena. - Prometeu. - Vamos fazer à força. Não quero que seja assim na primeira vez.

- Posso me cobrir? Quando tirar tudo?

- Pode. - Concordou.

- Você pode ficar de costas....

Aidan virou-se. Ela pelo menos tinha começado a concordar. Ele ouviu a movimentação dela, devagar mais firme, pelo menos firme, até que a movimentação parou. Ele virou-se de novo, para encontrar ela deitada na cama, totalmente coberta, mas parecia que toda sua roupa estava mesmo no chão. Ótimo.

- Muito bem. - Ele se sentou do lado dela e passou a mão pelo seu cabelo. - Não chore, não precisa de choro. - Segurou o rosto dela. - Abra a boca pra mim.

- Eu...

- Abre. - Ordenou mais firme. - Língua pra fora, bem grande.

Elena obedeceu, achando aquilo ridículo e constrangedor.

- Elena... que garganta velha é essa? - Perguntou sério. - Sua garganta está machucada.

Ela fechou a boca depressa.

- Eu... estive... doente. - Falou.

- Abra isso de novo. - Ele falou se abaixando na bolsa e pegando uma lanterna. - Eu vou olhar isso direito.

- Não, Aidan, por favor.

- Elena. - Falou sério. - Obedeça.

Ela abriu de novo e viu o rosto de Aidan ficando branco.

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