31. Um inimigo próximo

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Esse vai para a BeckyLincoln_018 essa linda que sempre me lê e me deixa esses comentários divantes. Para as novas leitoras Napaula_ e AlineDirectioner obrigada pelos comentários e por lerem a história, meninas! Reta final já, espero que estejam gostando!

Aidan

Quando saí da casa de Li Tong Dao não havia nada no mundo que pudesse fazer com que me sentisse melhor. Naquele momento eu era menor que qualquer lixo no chão das ruas ou que qualquer pedra nas margens do rio Niágara. Segui pela rua sem um rumo certo em mente, só queria andar a esmo e poder, com sorte, calar as vozes do meu pensamento que gritava de mil maneiras diferentes quão covarde e idiota eu era. Enquanto repetia cada palavra que dissera a Li Ka Hua me dera conta da intensidade de cada palavra nela, principalmente levando em conta a já fragilidade pelo que vinha acontecendo nos últimos tempos e o provável encontro com a avó que pudesse ter dado errado.

Rezei internamente para que ela saísse viva daquela situação. Para que de alguma forma eu pudesse me redimir pelo que fiz.

A verdade era que eu a amava. Não havia como negar isso tanto quanto o fato de que, ao mesmo tempo, eu também a temia e não sabia qual dos dois sentimentos era mais forte. Lembrei o dia que ela me protegera de cinco sequestradores, a força e a elegância de seus movimentos enquanto os nocauteava um a um com a agilidade de um leopardo e a finesse perigosa de uma pantera. O modo como seu rosto se iluminava nas raras vezes que ela sorria e como seus olhos comprimiam-se a tornando adorável. O modo sensual que seus lábios se moviam quando ela falava e a melodia doce da sua voz aguda e levemente impostada ou suavemente grave e rouca quando ela falava em mandarim. O seu senso de humor sagaz e o modo irônico que ela gostava de falar comigo sempre, surpreendentemente natural.

Era por isso que me odiava tanto. Mesmo sendo incapaz de esquecê-la eu a magoara pelo simples fato de ser um covarde. Nesse momento os gritos do senhor Sojiru na nossa última conversa me vieram à mente me deixando ainda mais diminuído, desejei que ele estivesse ali, mesmo que fosse para gritar comigo de novo e me chamar de idiota, provavelmente era o que eu merecia.

Olhei em volta para perceber que havia chegado ao centro da cidade, não me dera conta do quanto havia caminhado tão absorto estava em meus pensamentos acusatórios. "Há um parque a duas quadras daqui, meu pai vai nos encontrar lá em uma hora." A voz de Li Ka Hua ecoou na minha cabeça, nunca voltei ao parque que ficava a duas quadras daquela lanchonete, não sabia como ele era e só agora me dava conta de que estava curioso a respeito, curioso sobre o que teria acontecido naquele dia se ela não tivesse visto a morte de Samuel e Tatiana. Suspirei, cansado, minha cabeça parecia explodir bem no momento que meu celular começou a tocar, no display o nome de Kirk aparecia.

— Sim, Kirk, o que conseguiu?

— Enviei os documentos para o seu apartamento no Instituto, senhor. Há muitas coisas, pode falar agora? — Notei que ele parecia levemente animado.

— Sim, estou livre.

Os movimentos bancários do segundo irmão do senhor Li tem andado movimentados, ele moveu dois milhões de yuans para uma conta no mome de Chen Yuan Jin uma professora de artes plásticas que vive em Orlando. — Contou ele, olhei em volta procurando um banco livre para sentar-me. Começava a anoitecer. — Recentemente a família Li tem passado por alguns empecilhos em decorrência a frágil saúde da matriarca, Li Mei Lin.

Olhos Vazios ✔ [DISPONÍVEL ATÉ 30/11]Onde histórias criam vida. Descubra agora