p r ó l o g o

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Certo dia em um final de ano, talvez uns dias antes ou depois do natal, quando a neve do inverno ainda esvoaçava sobre as casas da St. Clinfield. Todas as manhãs, minha mãe fazia biscoitos de chocolate acompanhados com leite quente para mim e em uma manhã em especial, enquanto exatamente isso acontecia, meu pai me contou uma história.

Falava de uma garotinha cujo todas as coisas que amava a abandonavam. As flores murchas que plantava em seu jardim, sua família que a ajudava, seus amigos que a alegrava e principalmente, o amor, o amor que fora o principal culpado da sua dor. Ela chorava todos os dias se perguntando o que ela tanto fez para merecer todo esse sofrimento, ao longo da sua vida, ela procurou uma cura, uma resposta, no mínimo, alguma pista, de que um dia, em algum lugar do horizonte, ela iria encontrar, novamente, a sua felicidade.

Na época, eu não entendia o que ele quis dizer, não entendia até alguns meses atrás, nunca iria imaginar que aquela garota logo seria eu. Mas como na história, a garotinha ainda está a procura do tal caminho para a felicidade, apesar de já não ter mais forças para isso. Estou exausta, cansada, mal cuidada, com uma vida mal vivida e o que mais me assusta, é que eu nada disso relevante para mim, estou apenas me deixando levar, sem pressa de que logo tudo isso acabe, que logo essa dor desapareça.

Ei, eu pensei que você vinha. Vamos, ainda está cedo, tem tempo sua voz é suave como uma corrente fina de água – Odeio vê-la deprimida neste apartamento. Vamos, faça isso pela sua irmã. Charlie está louco para ver você, ele está com saudades. – desligo o correio de voz.

Há semanas que eu estou me distanciando de tudo. O mundo é cruel, apenas um risco de felicidade que encontra, ele a destrói. Decidi que a partir de hoje, será apenas, eu, esse apartamento e um gato, chamado Sebastian.

Continua...

Alex Foster Não Presta! Onde histórias criam vida. Descubra agora