Capítulo 15- Só penso em ti

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Já estava sentada no avião. Tínhamos  levantado voo à uns dez minutos aproximadamente.  A hospedeira tinha começado a servir os passageiros e eu olhava para a janela. Não conseguia parar de pensar no que tinha acontecido à minutos atrás. Estava preocupada . Não queria sentir nada por ele. Não queria mesmo.   Espero que este beijo também não tenha sido nada de especial para ele. Não percebo porque o fez. Logo agora, porquê? Apalpei o meu bolso e tirei a carta que me tinha dado.
Ganhei coragem e finalmente abri para ler. Em letras bem desenhadas tinha um pequeno texto.

"Não foi preciso muito para eu saber que tudo ia dar em algo que não estava à espera.  Eu sei que me vou apaixonar por ti. Desde a primeira vez que te vi que senti algo por ti . Não sei ao certo o que despertou o interesse  mas não consegui evitar. Tentei de várias maneiras falar contigo. Tentei perceber o que sentia mas não me deixaste aproximar . Não te julgo, acredita. Admito, não facilitei as coisas . Mostrei o pior lado de mim desde o início e isso afastou-te. A tua personalidade é  única. O teu coração  é puro. És honesta,  verdadeira e genuína  e preciso disso perto de mim. De dia para a noite mais me surpreendes.  Eu quero conhecer-te a sério.  Sei que conseguia entregar-me a ti de corpo e alma. Mas não basta  minha vontade. Não basta palavras, tu precisas de atitudes. Por vezes sinto  que me odeias mas por favor não o faças. Dá-me mais uma oportunidade para me conheceres. Deixa-me mostrar como sou de verdade. Eu tenho medo, como sei que tu também  tens mas não consigo parar de pensar em ti. Quero-te. Por favor, dá-me uma oportunidade de mostrar o meu verdadeiro eu, Alana."  

Olhei para baixo e tinha uma pequena assinatura.

-Não acredito.- Sussurrei para mim. Por baixo estava uma pequena assinatura. " Anjo negro". Era ele? Como nunca pensei nisso? Ainda bem que me esqueci dele e nunca mais respondi. Não sei o que sentir. Eu ainda não o conheço mas não posso negar que me senti bem com o seu toque. Não posso dizer que o beijo não me fez sentir nada, porque fez. Afinal era ele que tentava falar comigo . Sabia perfeitamente que se não fosse assim não ia dar-lhe oportunidade, pelo menos no início. Mas ele começou a mandar estas mensagens numa altura que o deixava andar mais de perto. Não éramos confidentes mas respondia-lhe se falasse . Agarrei no telemóvel e marquei o número dele. Comecei a escrever uma mensagem.

" Não percebo mesmo nada. O que queres de mim, afinal? Não quero que brinquem com os meus sentimentos. Porque me fizeste isto, Ashton? Por favor, deixa-me..."

Quero esquecer que aquele beijo existiu. Acredito mesmo que tudo não passou de um truque para me conquistar. Mais uma para ele enganar. Sou tão estúpida. Por isso é que andava tão prestável e chegado? Por isso é que já não se atirava à bruta.  Eu devia ter ouvido quando ele disse que a única coisa que tinha tido com as raparigas era interesses físicos. Eu era diferente? Não! Porque o deixei beijar-me? Porque não o afastei? Tenho raiva de mim própria. Eu própria deixei que ele entrasse. Que chegasse perto de mim o suficiente. Esta mensagem deve o fazer afastar-se. Só a ia receber quando aterrasse e tivesse rede, por agora tinha que ter o telemóvel em modo de avião.

A viagem fez-se devagarinho. Não consegui descansar mas também não conseguia ler um livro. Estava com a cabeça a mil. Estava rodeada com demasiados pensamentos. Agora a única coisa que queria pensar era no meu pai. Tirei as malas do compartimento e saí do avião quando nos foi permitido. Andei em passos largos até chegar à saída do Aeroporto. Saltei para os braços do meu pai quando o vi.

-Tinha tantas saudades tuas pai!

-Eu também filha.- Apertou-me com força e conseguia perceber que este se esforçava para não chorar.- Estás tão crescida. E estás mais magra, não andas a comer, Alana!

-Ando ,pai , isto é vida Universitária que dá nisto mas estou bem e saudável.

-Vou tentar acreditar nisso. -Agarrou na minha mala e fomos até ao carro. - Preparada para voltar a casa? -Assenti com  um sorriso gigante na cara.

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