Capítulo 33- Um milagre?

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Hoje ia começar o dia com três horas de escrita intensiva. Cassie já se encontrava sentada na nossa mesa habitual e eu fui em modo de zombie para junto dela.

-Alguém dormiu mal esta noite. - Disse em tom de graça.

-Nem me digas nada. O cão do vizinho novo teve a noite toda a uivar. -Deitei a cabeça na mesa.- Até a mim me deu vontade de uivar ás sete da manhã quando o despertador tocou.- Ela deu uma gargalhada e eu nem tive forças para puxar os lábios.

-São novos no prédio?

-Não, mas decidiram arranjar um cão agora. Eu adoro animais mas este precisa de umas aulas de etiqueta. - A professora entrou metendo a turma toda em ordem. - Vai começar a tortura.

-Para dizeres isso da tua aula favorita é porque estás mesmo cansada.

-Estou um pouco mas daqui a pouco tomo um café e já arrebito.- Ela assentiu e tentamos prestar atenção à aula.

Depois de uma hora e meia naquela sala tivemos direito ao nosso merecido intervalo. Fomos ao bar e pediu um café bem forte. Cassie não pediu mais nada, apenas sentou-se à minha frente. Até estava demasiado calada para o normal. Algo se passa aqui.

-Cassie? - Chamei-a. - Está tudo bem?

-Sim.- Disse rapidamente. Depois o seu rosto ficou novamente preocupado.- Na verdade, não sei.

-Queres falar sobre isso?

-Eu tenho de falar, sinto que estou prestes a explodir se não falar com ninguém. -Bebeu o café de uma vez só e fomos para o pátio conversar mais à vontade.

-Estás a deixar-me preocupada com o suspense. É muito grave? Estás doente? Vais embora? Não  va--

-Estou grávida. - Disse rapidamente de olhos fechados. A minha boca abriu surpresa e depois sorri de felicidade.  Sinceramente não sei como me devia sentir. Era uma boa notícia, não era?-Diz alguma coisa, por favor.

-Cassie, eu fico feliz por ti obviamente. Desde quando é  que sabes isso?

-Estou desconfiada à duas semanas. O período devia ter aparecido à mais de uma semana e até à dois dias nada. Ontem fiz o teste e... deu positivo.

-E não estás feliz? - Eu não sabia bem o que pensar ou dizer neste momento.  Cassie tanto aparentava estar entusiasmada como ficava com um ar preocupado. De certa forma compreendo o seu desconforto todo.

-Estou radiante, Alana. Estou com receio de ser um falso positivo e estar a festejar. Ainda não contei ao Calum, quero ir ao médico primeiro para ter a certeza.

-Marca consulta, Cassie. Se quiseres vou contigo.

-Quero mesmo. Estou demasiado assustada para ir sozinha. -Abracei - a com força.  -Nem posso acreditar que posso ter um bebé na barriga. -Posou a sua mão no ventre e vejo bem a felicidade nos seus olhos.

-Vais dar uma ótima mãe.

-Obrigada, Alana. - Agarrei no meu telemóvel  e entreguei -lhe.

-Marca. Estou aqui , não tenhas medo. -Ela agarrou no  telemóvel e marcou o número.  Ficou uns dois minutos à conversa. -Então? -Perguntei impaciente.

-Hoje à tarde é a vaga mais rápida que conseguiram.

-A que horas? Não me importo com as aulas vamos as duas juntas, já sabes. -Posei a minha mão na sua perna e ela sorriu . - É no hospital?

-Sim, ás duas da tarde. -O toque de entrada suou fazendo-nos levantar do banco.- Vamos fazer a manhã passar rápido.- Dei-lhe um encontrão de leve na anca para a aliviar do stress. 

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