Capítulo 21- Aconteceu de novo

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- Eu sabia que ias choras. - Vi Ashton a esfregar os olhos para tentar esconder as lágrimas. - Vá lá , não precisas de esconder.

-Olha quem fala, estás ai a esfregar a cara na almofada para eu não ver que também choraste. - Acho que ninguém tem moral para falar.

- Mas admite, o filme foi bom não foi? Até dá vontade de ter um animal.

-Gostavas de ter um?

-Ia adorar, cão gato, pássaro ,tartaruga. Algum ser vivo para cuidar e mimar.- Um sorriso enorme apareceu no meu rosto.

-Eu não tenho tanto pêlo, ou bico ou carapaça mas sou um ser vivo que precisa de amor e carinho. - Meus Deus, ele deve ter andando a beber outra vez.

- Mas eu já te aturo todos os dias e estou a alimentar-te neste momento.

-Já me sinto agradecido porque está muito bom. -Acho que estava, pelo menos ele já tinha devorado dois pratos cheios.- Agora podes dar-me caminha.

-Eu começo a pensar que tens alergia à tua cama ou então adoras o meu sofá.

-O teu sofá é confortável mas a tua cama deve ser ainda melhor.- Atirou a língua e eu revirei os olhos pegando nos pratos sujos.

-Então posso autorizar a dormires no sofá se me ajudares a arrumar a cozinha. Mas nada de abusos, sofá apenas.- Ele sorriu com um brilho nos olhos. Espero mesmo que ele cumpra a sua palavra.

-Nem precisas de ajudar, eu arrumo tudo.- Tirou os pratos das minhas mãos e beijou-me a testa.- Senta-te querida, eu já venho ter contigo. -Piscou-me o olho e eu fiquei ali, paralisada a pensar no que tinha acabado de acontecer. Eu deixei um doido entrar em minha casa. Fui até à cozinha e deu-me um ataque de riso ver Ashton com o meu avental às flores e um olhar preocupado .

-Sujaste tanta loiça só para fazer uma taça de comer?

-Querias que fizesse tudo na taça?- Agarrei no primeiro tacho.- Aqui fiz a soja, ali grelhei a beringela, ali fiz o preparado do molho bechamel e depois pus na travessa.

-Não, acho que o problema és mesmo tu.-Mandei- lhe uma chapada no braço e tirei as esponja já com espuma. - Eu disse que fazia isso, teimosa!- Tirou-me a esponja novamente das mãos .- Vais escolher um filme para ver-mos.

-Não podemos ver filmes, tenho de dar mais uma vista de olhos para a próxima frequência, mas podes ver sozinho.

-Posso mas ficas na sala. Já vi que não te importas de estudar com o barulho.

- A única coisa que me incomoda é o som que sai da tua boca. - Atirei-lhe a língua e deixei-o a lavar a loiça .

-Por vezes és mais fria que um bloco de gelo. Quero carinho, amor!

- Esfrego-te a boca com sabão se voltas a chamar-me isso! - Fui buscar os meus livros e o PC e sentei-me no chão da sala. Meti o portátil na mesa de centro e comecei a estudar. Vi pela minha visão periférica Ashton a sentar- se no sofá. Carregou nos botões e começou a ver um filme de ação.

- Mexes muito as sobrancelhas quando estás concentrada. É engraçado.- Encarei-o e este estava com um sorriso divertido na cara.- Pronto, não vou incomodar.

-Obrigada. É só ver aqui uma coisa.- Ele assentiu e eu voltei ao estudo. Demorei certa de quinze minutos a ver o que me faltava. Sentia- me muito mais confiante para o exame. Confesso que tenho andado stressada com isto mas acho que posso respirar de alívio. Fui ao quarto levar os livros e desliguei o portátil. Estava a ficar com frio. A noite também ficava mais fresca e tinha me  esquecido de ligar o aquecimento. Abri a gaveta da cómoda e procurei uma camisola quente. Vesti a primeira que vi . Sentia- me muito melhor e quentinha .

Next DoorOnde histórias criam vida. Descubra agora