Capítulo 44- Lar doce lar

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Cheguei finalmente a casa. O voo tinha sido calmo e pela primeira vez despachei-me rápido no aeroporto. Corri para os braços do meu pai mal me viu. Tinha-lhe dito que Ashton vinha por isso sei que o seu olhar confuso devia a isso.

-O teu namorado não vinha, querida?- Tentei falar mas as palavras não saiam. Quando dei por mim a língua enrolava e a minha cara fazia expressões estranhas mas nada saia da minha boca. Anabella saiu de ao pé do meu pai e veio na minha direção.

-Talvez noutra altura. - Anabella. Abraçou-me com força e soube mesmo bem. 

-Sê bem vinda a casa, querida. - Agradeci-lhe por me ter safado de explicar o fim da minha relação ao meu pai. Saímos daquele edifício gigante e entramos no carro.

-Primeira paragem, comida. Estou esganada de fome. - O meu pai soltou uma gargalhada divertida e fomos diretos a um café próximo.

 Sentamo-nos numas grandes cadeiras de metal e plástico. Não eram muito confortáveis mas não estava ali para as julgar.  Queria comer algo consistente depois destas horas enfiada numa arca de ar falso. O meu pai bebeu apenas um café e Anabella comeu um pequeno bolo . Eu pedi torradas e uma chávena gigante de caputchino. O tempo estava quente mas adorava beber isto de manhã e hoje não era excepção. 

-Então universitária, já com saudades da escola? -Perguntou o meu pai em tom de gozo. Ele sabia que este ano vivi maior parte dele enfiado dentro da escola mas era porque o primeiro ano é sempre o mais complicado. É a fase de adaptação para outro tipo de aulas e matérias. No segundo já ia acalmar mais.

-Não tenho saudades mas quando começar não vou reclamar. Afinal vou estar a tirar o que gosto e as aulas vão ser mais calmas. 

-É bom pensares assim, querida. Assim vais longe. - Anabella passou a sua mão no meu ombro e sorriu. 

-Talvez até arranje um trabalho por lá . - O meu pai levantou a sobrancelha. - Não faças já essa cara. Vai ser bom para mim para ter a noção do dinheiro e isso. Para além que o ano que vem vai ser mais simples que este e não vou ter tantas horas na escola, por isso tenho de me ocupar .

-Só mesmo se a escola não tiver em risco é que podes pensar isso. - Disse num tom autoritário.

-Sim, claro pai. - Fiquei animada pelo menos de ele ter aceitado essa hipótese. No início ele não gostava mesmo nada dessa minha ideia. Agora pelo menos, parecia mais tolerável a isso. O meu pai acabou de beber e lançou uma nota para o centro da mesa. - Agora vou vos deixar as duas aproveitar o dia. - Olhei-o confusa.

-Ainda não sei se a tua filha quer vir.- Ela olhou-me preocupada e admito que fiquei um pouco confusa. 

-Ir onde? - Perguntei.

-À loja de noivas. - Explicou o meu pai. - Vão ver alguns vestidos de noiva e de damas de honor ou pensavas que não ias toda bonita para o casamento? - O meu pai agarrou-me a bochecha como costumava fazer quando era miúda. 

-Eu vou mas não voltes a fazer isso em público. - Anabella soltou uma gargalhada e eu olhei em volta a ver se ninguém tinha visto.

-Querida, só vens se quiseres mesmo. Também deves estar cansada por isso podemos ir noutro dia. O teu pai está um pouco stressado com o casamento e pensa que não temos tempo para fazer tudo . - Olhei-o e tudo o que Anabella disse parecida confirmar-se. O meu pai estava mesmo stressado e era normal querer tudo pronto a horas. Levantei-me depois de beber o meu café .

-Vou com todo o gosto. Posso descansar logo à noite. - Os seus olhos brilharam de alegria e seguiu o meu exemplo. - Pai, leva a minha mala que está no carro para casa, se faz favor. Nós temos trabalho a fazer.

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