Capítulo 31- Casamento marcado ?

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Estávamos oficialmente a meio do mês de Abril. O bom tempo tinha finalmente chegado. Hoje estavam, sem exagero uns vinte e três graus lá fora. Era estranho mas eu não me queixava. Depois de um banho fui ao armário escolher algo para vestir. Peguei num macacão branco . Vesti-o e parecia que era mesmo isso que ia usar hoje. Calcei umas sapatilhas pretas e fui secar o cabelo. Deixei-o natural e arranjei-me rapidamente. Eram nove da manhã e ás nove e meia começava as aulas. Cassie ia comigo , visto que tinha dormido em casa de Calum. Este e Ashton tiveram de sair cedo para as aulas que começava ás oito e meia. Estava feliz com ele, estava mesmo. Não houve um dia até hoje que não tivesse estado feliz. Passávamos muito tempo juntos mas também com os amigos. O bom de ter amigos em comum facilita muito as coisas. 

Peguei na minha mala e desci até ao último andar. Na entrada encontrava-se Cassie sentada no muro lá de fora. Trazia vestido uns calções de ganga claro e uma t-shirt com uma pizza desenhada. Era engraçada e fazia o estilo dela. Acenei-lhe e ela levantou-se sorridente.

-Bom dia, bom dia. - Cumprimenta-me com um abraço.- Pronta para começar o dia com traduções?

-Bom dia. - Saímos da entrada e Caminhámos em direção ao parque.- Na verdade até estou desejosa. Hoje estou virada para isso.

-Bem, ao menos uma pessoa porque eu não estou lá com muita pachorra.- Entrámos no parque e passámos pelo rio.- O positivo disto tudo é que nas próximas duas semanas não temos nenhum trabalho para apresentar nem nenhum exame. 

-Vai saber bem este descanso.- Temos andado super atarefadas com a escola. 

O primeiro ano tem sido mesmo cansativo. Tem sido testes a trás de testes e os trabalhos ocupavam a maior parte do nosso tempo livre. Mas com tempo tudo se fez e com muito estudo temos conseguido tirar boas notas. A minha média até agora devia de estar nos dezassete e estava bastante satisfeita. Claro que ficava radiante por mais e tenho esperança que isso ainda venha a acontecer, só preciso de trabalhar um pouco mais.

Chegámos mesmo em  cima da hora. A campainha tinha tocado mal pusemos os pés no estacionamento da escola. Entrámos e Caminhámos apressadamente para a sala. Olhei para a zona dos cacifos e vi Julie a tirar os livros de lá. Ela reparou em mim e sorriu. Não conseguia saber se era sincera ou não. Não conseguia ver se a pessoa que ela é agora é de confiança ou não por isso tenho que manter uma boa distância. 

-Ela ainda tenta falar contigo?-Pergunta Cassie. Ela olhava Julie de lado e não se importava com o que ela fosse pensar. Ela odiava-a por tudo o que ela me tinha feito.

- Tenta algumas vezes mas nunca mais se atreveu a bater à minha porta. Tentou ir a casa do Ashton e do Calum mas eles despacharam-na. Ao que parece tem mesmo consciência pesada e quer concerta todo o mal que fez.

-Agora vem tarde para arrependimentos. - Remexeu o seu cabelo e sentamo-nos na nossa mesa.- Ela ainda me parece suspeita. Não sei se isto tudo não pode ser novamente um plano dela.

-Achas? Mas plano de quê? Ela já sabe que não tem nada que me possa fazer para me irritar. 

-Sim, podes ter razão mas mesmo assim aquela raposa é traiçoeira. - Boa escolha de palavras, Cassie. Ela parecia definitivamente uma raposa. Não sabia nunca ao certo o que esperar dela.

-Quase que acredito que ela esteja arrependida. Sabes, eu conheci uma pessoa completamente diferente e isso faz-me pensar que aquilo tudo foi apenas obsessão por Ashton e como ele se virou para mim ela vingou-se em mim. Se fosse com outra ela fazia o mesmo. Ela tem um mau lado mas também tinha um bom e tento acreditar que ainda o possa ter. É impossível ela ter enganado tão bem. 

-Não sei, Alana. Como dizes só tu é que a conheces melhor que nós mas ela parece que se revelou agora.

-Pode ser. É estranho a reviravolta que isto levou. Lá éramos as melhores amigas. Não passava um dia que ela não fosse ter comigo. Literalmente era vinte e quatro horas sobre vinte e quatro horas a conviver. 

-Eu percebo o que sentes e sei que nada ou ninguém pode substituir a vossa amizade mas olha em volta. Não estás tão feliz agora? Mesmo sem ela? - Cassie tinha razão. Eu estava mais feliz que nunca.

-Ela não vale a pena .- Cassie sorriu e voltamos a nossa atenção para a aula.

***

Eram agora sete e meia e tinha acabado de chegar a casa. Passei esta última hora com Ashton em casa dele a jogar Gta. Escusado será  dizer que sou um zero à esquerda naquele jogo e passava a maior parte do tempo a bater com os carros em postes. Estava desde as sete da noite a falar com o meu pai ao telefone. Ele estava radiante com as minhas notas. Acho que é o sonho de qualquer pai saber que o filho está a sair-se bem na escola, e sendo a Universidade , um gasto enorme de dinheiro estava a ser agora compensado.  Um dia ainda ia retribuir todo o bem que o meu pai me fez. Sei que em parte foi o seu dever cuidar da filha mas por outra estou mesmo muito agradecida. Não são todos assim e eu tive muita sorte em calhar-me um pai assim. 

" Olá, Alana"- Disse Anabelle interrompendo o meu pai. Sorri quando o meu pai começou a tentar parecer ofendido.

- Olá Anabella, como foi o teu dia?

" Aturar meninos e meninas de seis anos. Acho que posso dizer que foi cansativo mas muito divertido."- Anabella estava mais à vontade para falar comigo e eu com ela. Sentia-me bem a conversar com ela e sei que me ouvia com gosto. - E como andas nas aulas?"

- Era o que estava a falar com o pai. Tenho tido ótimas notas e a minha média está bastante boa até agora.

" Muitos parabéns, querida. Mereces isso tudo e mais. Bem , eu vou acabar de fazer o jantar que aqui o teu pai já está rabugento de fome. Até amanhã, querida."- Despedi-me dela e sorri por ver que ambos estavam tão bem juntos. Anabella tem sido uma fonte de felicidade para o meu pai. Ele desde que a conheceu começou a cuidar dele e a passear. Ela fez-lhe muito bem. 

"Estás ainda aqui, Alana? - Estava tão perdida nos meus pensamentos que esqueci-me completamente de responder ao meu pai.

-Estou aqui! - Disse rapidamente antes que desligasse. - Estava distraída, desculpa.

" Não tem mal, filha. - Fez uma pausa e ficou muito silencioso.

- Agora és tu que me estás a deixar pendurada, pai.

" Ah, não eu continuo aqui. Alana? Diz-me, o que achavas de o pai voltar a casar? - Não era que me espantasse por esta pergunta e admito que senti uma enorme alegria por isso voltar a acontecer.

- Pai, isso era fantástico. Eu ficava mesmo feliz por ti e pela Anabella. Gostas mesmo dela?

"Ela é a mulher da minha vida, Alana. Quando fores mais velha vais perceber que vamos sempre amar as pessoas de maneira diferente. Eu amei a tua mãe e ameia-a mais por me ter dado a oportunidade de ser pai, mas a Anabella é um sonho. Amo tudo nela. Tem uma personalidade única, é honesta, pura, preocupa-se muito com os outros. Tem defeitos com todos os seres vivos mas nem eles me fazem dizer que tenho algo que não gosto dela. Estou mesmo seguro que vou estar com esta mulher para o resto da minha vida."

- Agora certifica-te de lhe dizer todos os dias o quanto ela é importante para ti. É assim que os casais vivem mais e felizes.

" Afinal não tenho de ensinar nada à minha filha, ela percebe mais de relações que eu. 

-Não ,pai é senso comum. Todos precisamos de saber que somos amados. A maior parte dos casais dizem isso uma vez por acaso, mas para manter a chama acesa e não cair na rotina temos de mostrar todos os dias o porquê de nos termos apaixonado por essa pessoa. Temos de mostrar o quanto é importante para nós e o quanto nos faz feliz. 

" Não podia dizer melhor. Vou me certificar todos os dias de a fazer feliz e de ser feliz com ela."

-E já a pediste em casamento?

" Vou pedir amanhã. Vamos jantar fora para celebrar o seu aniversário e vou aproveitar a ocasião. Estou nervoso, confesso. Estamos juntos à menos de um ano mas sinto mesmo que esta é a altura ideal para o fazer. "

-Não estejas nervoso, pai. Ela adora-te e vai aceitar sem sombra de dúvida. Acho que o que conta é o sentimento não o tempo que estejam juntos. Desde que sejam sinceros e que se amem mesmo estão prontos para um futuro juntos.

"Vamos ser uma família feliz." - O meu pai sabe que eu sofri muito por não ter tido uma imagem maternal que me guiasse mas com a chegada da Anabella ela fez esse sentimento aparecer novamente e confesso que a vejo como um exemplo a seguir. 

-Pois vamos, pai. 

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