Capítulo 50- Tudo acabou bem

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Não conseguia deixar de pensar no beijo de ontem. Aquele rapaz mexia comigo e eu não sabia o porquê disto .Ele deixa-me  de uma maneira como nunca nenhum rapaz me deixou. Os seus olhos encantam-me e o seu sorriso faz-me sentir preenchida e viva. Sinto que lhe pertenço e esse sentimento por mais estranho que pareça, agrada-me. Eu quero lutar por ele e é mesmo isso que vou fazer. Tinha de conversar com ele antes que o perdesse de vez. A sua saída daqui abalou-me muito mas não  podia desistir. Eu amo-o muito. O quanto eu o amo. Não o vou perder porque estava com medo do que estava a sentir . Vou deixar-me  levar. Acho que preciso mostrar que consigo seguir em frente para ele também saber se o que sente por mim ainda é suficiente para começamos de novo. Espero que sim.

O Noir tinha dormido comigo esta noite. Sentia-me sozinha e nunca pensei que um gatinho me fizesse tanta companhia. Ele não falava mas era ótimo ouvinte e era isso que precisava neste momento. Levantei-me e fiz a minha cama. Caminhei para a casa de banho e tomei um duche rápido. Não precisava de lavar o cabelo, porque tinha tomado banho ontem à noite. Saí e passei a mão pelo espelho embaciado. Estava com um sorriso pequeno mas em breve ia ficar melhor. Só precisava de arriscar um pouco de vez em quando. Quer dizer, se ele me beijou significa que não me esqueceu, certo? isso deixava-me com alguma esperança. 

Olhei para o meu telemóvel e marcava as nove da manhã. Tinha falado com Cassie sobre umas coisas da escola e acabamos por passar meia hora à conversa. Calum, ao que parece tinha decidido arranjar um carro, ou melhor uma carrinha de família. Estava tão entusiasmando que já colou no vidro " Cuidado, bebé a bordo" e montou a cadeirinha para quando sair do hospital. Achei o gesto mesmo bonito e ao mesmo tempo engraçado. Isto tudo mostra que ambos estão mais felizes que nunca e o mais importante unidos . Sei que este bebé vai ser recebido com muito amor e carinho e isso é tudo o que uma criança precisa para ser feliz na vida. Com pais como eles os dois era impossível não o ser. Um dia gostava de ser como Cassie. Ela inspirava-me mesmo muito. Era uma rapariga jovem e lutadora. Quando amava, amava com todo o coração e era bastante leal com os seus amigos. A ela lhe devo muito e sei que posso sempre contar com a sua amizade. 

Hoje ia ter aulas das dez à uma e meia da tarde. Tinha uma entrevista de emprego amanhã para um café na avenida principal. Estava radiante e espero ser aceite. Era um pequeno part-time e agradava-me bastante. Cassie também tinha começado a fazer umas horas numa florista. Nada demais, apenas para ganhar uns trocos nas horas livres ,pelo menos enquanto o bebé não nascia. 

***

As aulas tinha finalmente chegado ao fim. Decidi passar por casa de Cassie e almoçar com ela. Estávamos ambas livres e aproveitávamos o tempo juntas. Cassie tinha de assistir a umas aulas lá para o final da tarde mas antes disso ia embora para a deixar livre. Já à algum tempo que tinha deixado de frequentar o ginásio. Sem Cassie não era a mesma coisa. Acho que só consigo mesmo voltar se ela começar a ser a professora novamente.

-Penso nisso ,talvez daqui a uns tempos quando o bebé não precisar muito de mim. O dono era capaz de me pôr até efetiva lá no ginásio.- Colocava os pratos na mesa e eu acabava de fazer o almoço.

-Isso era muito bom. Sempre foi uma coisa que gostavas e assim juntavas o útil ao agradável. - Servimo-nos e começamos a almoçar. Admito que já tinha a barriga a dar horas. 

-Então e novidades, Alana? - Deu uma dentada no bife.

-Uh estou novamente sozinha. - Ela olhou-me confusa. - O Ashton arranjou um apartamento para ele.

-Oh mas vocês não se estavam a entender? - Assenti com a cabeça. Na verdade estávamos a ir por um bom caminho mesmo não avançando muito.

-Sim e não. Eu não o deixei chegar-se muito perto de mim e ontem ele disse-me que tinha arranjado um novo apartamento e mudou-se nesse mesmo dia. Mas antes de ir...

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