Capítulo 16- Allysson

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Já fazia um tempo que eu não falava com a Luisa. Desde que eu a vi beijando outra menina, e ela insistiu que não a conhecia e que me amava. Tudo aquilo era culpa de Lya, que envenenou minha relação com a Luisa, ela não aguentou a pressão e me traiu.

Eu estava bem, minhas aulas na faculdade estavam uma merda, e eu não queria parar, eu tinha mudado meu horário na faculdade para não ter que encontrar com a Luisa.

Tudo foi tão rápido. Eu jurei que isso nunca iria acabar, ela tinha seguido a vida dela, afinal dois meses foi tempo suficiente para ela encarar a vida frente a frente e seguir sem mim e eu sem ela.

Não moro mais com o meu pai, decidi morar com a Lya. Eu sei, eu sei. Eu ainda a odeio, mas é por um motivo forte, muito forte.

Dois meses antes...

Eu cheguei em casa cansada, tinha acabado de ver Luisa aos beijos com outra menina, Júlia, no corredor da universidade, ela estava lá, nos braços dela. Eu não achei ruim, eu tinha enfim um motivo para fugir desse relacionamento, Luisa era melhor sem mim, assim ninguém tem que sofrer.

No caminho liguei para Lya, pois é, a que ponto da minha vida eu cheguei, era deplorável e triste ver o quão fundo eu tinha chegado. Ela amou a ideia de eu morar com ela claro mas eu deixei bem claro que ela não teria papel de mãe pra mim, eu só queria fugir do meu pai e da Luisa. Lya e pessoa mais insuportável para conseguir barrar Luisa e o meu pai, tenho certeza que se eu disser que não quero ver nenhum dos dois ela vai expulsa-los sem pensar.

Abro a porta de casa e meu pai estava com a Lavínia, a barriga dela começava a aparecer, estava bonitinha de se ver. Ah sim, Lavínia descobriu a dois meses que está grávida, agora com quase três meses, ainda não sabemos qual o sexo, mas já gostei da ideia, é uma pena eu ter que sair de casa.

– Oi filha, vem assistir Grey's Anatomy com a gente. Está no episódio que o karev ajuda a Ava a escolher um novo rosto. – meu pai fala empolgado. Já assistimos tantas vezes é nunca perde a graça.

– Pai eu tenho que conversar com você. – olho seria para ele.

– O que aconteceu? Você nunca me chama de pai.

– Eu vou embora. – ele pausa a tv.

– Filha você acha que já está na hora de morar com a Luisa?

– Não. – grito. – eu não estou com a Luisa mais. Pai, ela me traiu.

– Como e que é? – Ele levanta. – Por que?

– Não sei, e realmente, não quero saber. Eu vou morar com a Lya.

– Você... Com quem?

– Com a minha... mãe. – essa palavra ainda fica parada na minha garganta.

– Minha filha. Como assim? Só porque terminou com a Luisa?

– Não pai. Eu... cansei disso aqui. Você precisa de um tempo com a Lavínia, eu entendo, você tá feliz, vai ter mais um filho, ou filha. Eu amo vocês, mas eu não quero mais ficar aqui. – falo.

– Eu não vou deixar você ir morar com a sua mãe, pode esquecer, não tem nem chance. Agora chega de brincar, vá tomar um banho, a comida já deve chegar. – meu pai fala com a voz trêmula.

– Você não entendeu pai. Isso não foi um pedido. Foi uma comunicação, eu sou maior de idade e já sei o que é ou não certo. – Viro de costas. E horrível brigar com o meu pai. Mas quando a bomba explodir eu prefiro que ele esteja com raiva de mim, vai ser mais fácil.

– Pensa bem Ally. Você odeia a Lya. – Lavínia fala tentando acalmar as coisas.

– Eu sei Lavínia. Mas é melhor do que ficar aqui, vendo o meu pai dedicar todo o tempo dele a você e ao bebê. – Doeu em mim falar aquilo, Deus sabe o quanto, mas ia ser melhor assim.

– Allysson. Que isso? Não estou te reconhecendo. O que aconteceu com você minha filha? Por que você está assim? – Meu pai se aproxima e eu afasto.

– Não é assunto para você pai. Vou dormir aqui hoje tudo bem? Amanhã vou para a casa da Lya, depois termino de levar as minhas coisas. – dou as costas e subo as escadas fingindo frieza.

Quando estou segura no meu quarto corro para o banheiro e deito no chão e choro, e difícil abandonar minha vida, minha casa e quem eu amo só pra tentar protege-los, prepara-los. Eu sou uma pessoa terrível, eu acabei com o meu pai, eu destrui tudo de bom que ele sentia ultimamente, ele achou que tudo fosse ficar bem. E vai, quando ele souber o motivo ele me entenderá, sim, ele vai entender.

Eu deixei a minha vida chegar a um nível extremo de um grande nada, e tudo novo e estranho pra mim, eu estava literalmente pisando em ovos para sobreviver a toda essa turbulência, chorar agora fazia parte do pacote.

Hoje...

Entro em casa e Lya estava no sofá com Rebecca adormecida nos braços e Philip devia estar no trabalho.

– Filha oi. Como foi a aula hoje? Tudo bem?

– Foi. Quer que eu a leve? – aponto para a menininha de cabelos loiros como os do pai, de pele branquinha e que colocava fogo na casa, mas que hoje era meu xodó.

– Se não for te encomodar. Mas depois desça para comer alguma coisa sim! – põe a criança no meu braço.

– Não precisa, comi na faculdade, obrigada. – subo as escadas devagar para não acordar a Rebecca.

Assim que deito na cama todo o cansaço e a tristeza vem, eu estava em um estado triste da vida não fazia nada além de trabalhar e estudar. Bom, agora não trabalho mais, acabei pedindo demissão, tinha muita coisa pra eu me preocupar de um só vez e sozinha. Eu achei que fosse dar conta, eu jurei que seguiria em frente, mas a verdade é que nem todos nós somos tão fortes quanto desejamos, nem todos nós sabemos lidar com a perda e com notícias bombásticas que nos destroem a um ponto onde nada e nem ninguém e capaz de corrigir. Mas tudo vai passar, tudo vai melhorar, isso é o que todos nós esperamos.

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Bom gente, e isso. Mais um para alegrar vocês, espero que gostem, saiu um pouco mal explicado mas os próximos serão explicativos, vocês vão entender o motivo de toda essa mudança. E isso.

Obrigada por acompanharem um abraço bem forte e um beijão.

Lembrem-se sempre, toda forma de amor é valida 👫👬👭🌈❤😘

Muito amor para vocês 🦄❤🌈

Isso é Amor (Romance Lésbico) COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora