Capítulo 31- Allysson

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Nossa vida estava corrida, é engraçado quando você percebe que tudo está diferente, quando eu tinha dez anos eu pensava em como seria a minha vida quando eu tivesse 25 anos, como seria, como eu estaria.

E agora eu estou aqui, vivendo a minha vida com toda a certeza de que essa é a vida que eu sempre pedi, eu tenho filhos maravilhosos, uma mulher incrível, não há onde colocar tanto amor.

Somos felizes por muitos motivos, mas o mais lindo de todos e ter a nossa família reunida, nossos amigos juntos, e tudo que nos faz feliz.

Luisa e eu andávamos de mãos dadas em direção ao tribunal, pois hoje seria a decisão, o dia em que nossos filhos seriam nossos e ninguém poderia tira-los de nós.

Assim que chegamos, Jorge, nosso advogado já estava lá esperando por nós.

– Acho que não demorará muito. Eu conheço a juíza do caso, ela e a esposa passaram por um processo igual quando foram adotar as filhas trigêmeas e o filho um ano depois. – Jorge responde certo.

– Ótimo. Eu estou muito ansiosa. Minhas mãos estão suando. – Luisa fala.

– Vai dar tudo certo amor. – eu a acalmo.

Entramos e esperamos a nossa vez de sermos chamadas. O tempo parecia diferente, tudo parecia correr em câmera lenta, como se tudo ao nosso redor tivesse diminuído o ritmo.

Meia hora depois fomos chamadas. Estávamos tensas e tudo que queríamos era que isso acabasse logo.

– Senhoras e senhores aqui presentes, em pé por favor para receber a juíza Marilyn Jonhson. – o policial alto, moreno e de cabelos cortados bem baixo fala.

Todos se levantam e a juíza entra, ela tinha cara de uma mulher determinada e que luta muito pelos seus objetivos.

– Podem sentar. – ela diz e todos nós sentamos. Luisa apertava minha mão a cada segundo. – Estamos aqui presentes hoje para a decisão do pedido de adoção de quatro crianças. As adotantes Luisa Flyer Hortis, e Allyson Cooper McKinsey, já estão com a guarda preventiva de Gabriel, Andie, Tomás e Laura a dois anos, e na última reunião ficou agendada para hoje o retorno. Como podem perceber, eu não sou a juíza Elem – todos riem um pouco – eu tive tempo de ler o processo, vocês quase perderam as crianças certo? – meu coração quase parou só de lembrar.

– Sim senhora. – Luisa e eu respondemos em coro.

– Eu sei que não é fácil esse processo. Já estive no lugar de vocês, sei como estão. Mas tenho que dizer que vocês têm um histórico muito bom com as crianças, mesmo antes da guarda das crianças saírem vocês já faziam questão de pagar escola e médico para elas, se mantiam sempre presentes na vida delas. Vocês já provaram a todos a capacidade que vocês duas têm de cria-los, os relatórios que os professores fazem estão claros. Essas crianças não poderiam ter uma família melhor. – Eu já estava chorando e Luisa logo me acompanhou. – Vamos agora conversar um pouco com a senhora Hortis. Por favor. – a juíza pede assim que a Luisa se levanta.

– Você jura dizer a verdade nada além da verdade? – o policial pergunta.

– Juro. – Luisa responde.

– Conte-nos o porquê vocês devem ficar com as crianças. – a juíza pede.

– Nós amamos nossos filhos. Não é como se pudéssemos abandona-los, só de pensar na possibilidade já entramos em desespero. Eu sou médica, eu lido com pessoas o tempo inteiro, vejo crianças nascerem e serem amadas incondicionalmente pelos pais, ou crianças que nascem e os pais não querem saber, não querem a criança. Não é como se elas fossem objetos, que ficam de mão em mão, sabemos do histórico de nossos filhos, sabemos que eles já passaram por inúmeras famílias que não foram boas para eles, e só de pensar nisso meu coração já aperta. Não queremos ser só mais uma família que não foi boa para eles, nós somos a família deles, talvez seja por isso que nenhuma outra tenha dado certo, não estamos aqui para ter a guarda das crianças que adotamos, estamos aqui para receber o privilégio de cuidar de nossos filhos sem medo de que alguém os tirem de nós. – Luisa termina de falar e eu não sabia onde colocar tanto orgulho.

Isso é Amor (Romance Lésbico) COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora