Capítulo 2

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Estou hipnotizada pelo sorriso perfeito, que aliás, é a única parte que consigo ver do corpo do cara super cheiroso em minha frente. O resto está coberto pela roupa toda preta, na cabeça, um lenço amarrado que desce até a base do nariz, deixando só os olhos e o maxilar de fora. E que olhar expressivo!

- Posso saber seu nome?

- Luana.

- Prazer, Luana. - fala, pegando minha mão e encostando nela os lábios carnudos e quentes, em um beijo rápido.

- E o Zorro, tem nome?

- Don Diego de La Vega, ao seu dispor. - fala, se referindo ao personagem do qual está fantasiado.

- Ah, mas que engraçadinho. Queria saber o nome verdadeiro do dono desse olhar tão penetrante.

- Não gosto de revelar minha verdadeira identidade.

- Tudo bem, então. - falo, sem jeito, pegando minha bebida no balcão.

Eu deveria sair daqui, mas meu corpo não reage é como se algo me prendesse no lugar.

- Não fique desconcertada, prefiro assim, gosto de manter o mistério.

- Sem problemas! Então, você trabalha na Roriz InterCorper, faz o que lá?

- Posso dizer que sou o braço direito do chefe. Na verdade eu mal piso na empresa, trabalho pra ele, só que fora dele. Mas e você, faz o que lá?

- Sou nova na empresa, comecei essa semana, na verdade. Sou secretária executiva do bam bam bam. - falo, sem pensar.

Me arrependo no mesmo instante da maneira como falei de meu chefe.

- Bam bam bam? - pergunta, sério.

- Aí, desculpa… É, bom… É que eu ainda não o conheci, eu nem sei qual a cara do meu patrão e bom… Fiquei sabendo que ele é bastante arrogante e se acha o tal.

- E quem te falou isso?

- O marido de uma ex funcionária dele.

- Bom, ela deve ter sido bastante ineficiente. Meu chefe não admite mesmo esse tipo de coisa. Ele paga bem para que tudo saia perfeito, não trabalha com gente que tem preguiça de trabalhar.

- Entendo. Bom, vou deixar você aproveitar a festa.

Eu me viro para sair, mas ele me segura pelo braço.

- É… Gosta de dançar?

Quase sem perceber, já estou no meio da pista, nos braços do Zorro, dançando alguma música lenta do Bruno Mars. O cheiro dele, algo amadeirado, perturbando meus sentidos, enquanto ele mantinha a mão firme, espalmada na base da minha coluna, a outra segurando minha mão próxima ao seu peito, o rosto colado ao meu.

Estranhamente, quero estar exatamente onde estou, nos braços fortes do Zorro misterioso.
A música termina e logo começa uma música que não reconheço, mas com uma batida muito sensual. Tento sair dos braços dele, mas não consigo, ele me segura firme.

- Quer fugir, Melindrosa? Está ruim dançar comigo? - fala, com a voz grave, quase em um sussurro, com os lábios colados a minha orelha, o que fez um arrepio percorrer minha espinha. O que é tudo isso? Qual o poder desse cara? Nunca me senti assim, pelo menos não com um total desconhecido, que nem o rosto eu conheço.

Sou incapaz de responder a pergunta dele, devido ao misto de sensações que percorrem cada célula do meu corpo nesse momento.

Ele se afasta o suficiente para me olhar nos olhos e em uma atitude impensada, eu colo meus lábios aos dele, mas ele me afasta no mesmo instante.

- Meu Deus, desculpa…

- Xiiiu! Aqui, não! - fala, já me puxando pelas mãos, rumo ao elevador.

- Pra onde tá me levando?

- Pra um lugar mais calmo, onde vamos poder conversar melhor.

Eu não sei direito quem ele é, nem o que realmente pretende, mas simplesmente o deixo me levar seja pra onde for.

Assim que as portas do elevador se fecham, sinto meu corpo ser empurrado e sou imprensada contra a parede de metal gelado, contrastando com os lábios quentes que tomam os meus, em um beijo urgente e cheio de luxúria e com as mãos fortes. Uma em minha nuca e outra puxando minha perna esquerda, a erguendo até a cintura dele, facilitando o encaixe de seu quadril no meu. Ele roça sua ereção em minha intimidade, me fazendo soltar um gemido involuntário.  

- Sua boca é deliciosa, me faz ter vontade de experimentar o resto.

- E o que te impede? - respondo, abusada, deixando o tesão falar por mim.
Nunca fui santa, mas nunca tinha me atracado dessa forma com um desconhecido. Mas o fogo que me consome no momento, sentindo as mãos fortes me acariciando, embora as luvas impeçam o contato pele a pele, está me impedindo de ser racional e meu corpo todo pede que eu deixe acontecer.
Caramba, estou prestes a transar com um desconhecido, colega de trabalho, mas a verdade é que não estou nem ligando pra isso.
Continuo presa contra a parede do elevador e com a perna que está apoiada no chão, me impulsiono e o enlaço pela cintura.

- Nada me impede e é por isso que vou provar cada pedacinho seu, agora.

Meu Querido ChefinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora