Capítulo 9

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Os dias vão passando e tudo parece normal. Continuo dando o melhor de mim no trabalho, fazendo tudo da maneira mais perfeita que sou capaz, para que o bam bam bam não tenho nada para reclamar de mim, embora ele ande mais grosso que o normal. E eu, claro, fazendo a egípcia, fingindo que não o reconheci e se ele me reconheceu, também está fingindo que não. E pra falar a verdade, acho melhor assim, porque se envolver com patrão nunca dá certo e eu preciso segurar esse emprego, porque vim embora para o Rio, fugindo de uma irmã sanguessuga, vagabunda, que se aproveitou de mim e de minha mãe, até o dia em que ela morreu, vítima de de um infarto fulminante e nada me tira da cabeça que foi por culpa Luara, que vivia escorada em mim e na mamãe, nunca trabalhou, nunca se interessou em procurar trabalho, só queria ser sustentada, só dava desgosto a nós duas. Eu aguentei enquanto tinha a mãe do lado, depois que ela se foi, desisti de ser idiota e deixei Luara a própria sorte lá em São Paulo e vim para o Rio, fugindo de tudo e sabe Deus como ela está se mantendo. Não vou negar que sinto vontade de a procurar, mas ela nunca nos deu valor, nunca foi carinhosa, nunca me tratou como irmã, nem parece que saiu da mesma barriga que eu. Eu e a dona Lucinda, minha mãe, fomos apenas a fonte de dinheiro dela, então, peguei minhas economias e vim embora e graças a Deus consegui esse emprego que paga super bem. Claro que me preparei para o cargo, com cursos e tudo, mas com a dificuldade de arrumar emprego hoje em dia, mesmo com formação, foi mesmo Deus cuidando de mim.

Então, tenho que deixar pra lá essa vontade louca de agarrar o chefinho bam bam bam gostosão, a todo custo.

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É sexta feira e eu estou louca de vontade de ir pra casa. Preciso de um banho e um bom vinho, na companhia da minha cama, mas o bam bam bam está em uma reunião sem fim e enquanto essa porcaria não acabar, eu não posso ir. Estou aqui, sozinha, meus colegas todos já foram e eu aqui, já adiantei algumas coisas de segunda-feira, já joguei paciência e finalizei o baralho umas mil vezes e nada da reunião acabar.

Quase uma hora depois, o bam bam bam sai da sala junto com os dois senhores, que são futuros investidores. Ele se despede dos dois, que passam por mim, acenam e entram no elevador que já está no andar.

- Luana, pode finalizar suas coisas e ir embora. - fala, assim que os dois senhores desaparecem atrás das portas do elevador.

- Ok, seu Cristiano.

Ele volta para sua sala, encostando a porta e eu arrumo tudo o mais rápido que posso e chamo o elevador, que demora um pouco a subir, afinal, são vinte andares.

Quando dou por mim, o chefinho gostosão está parado ao meu lado, em silêncio, esperando o elevador.

Droga! É provação demais compartilhar o elevador com ele, sozinhos. Deus, me dê forças pra não o agarrar assim que as portas se fecharem. Amém!

O elevador chega e assim que as portas se abrem, ele acena para que eu entre primeiro.

Ele para ao meu lado e assim que as portas se fecham, o perfume amadeirado invade meus sentidos.

Meu Querido ChefinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora