DURO DE MATAR

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Revisão em breve.

Como posso ser corajosa, quando o mundo diz o quanto sou fraca?

A temperatura pareceu cair depressa, fazendo minha cabeça girar. Minha mente trabalhava em tantas possibilidades, que parecia loucura aquilo ser real. Mais um ataque, mais um demônio. Se eu conseguisse provar a Fitzmoore, tudo iria mudar. Olhei para as garotas a minha frente, que tinha o rosto tão atônito quanto o meu, onde até mesmo Willow, estava com os olhos arregalados.

—O que aconteceu com a garota? —minha voz estava falhada.

—Ela não sobreviveu. Foi achada em um beco momentos depois do ataque, sem um pingo de sangue no corpo.

Coloquei as mãos no rosto esfregando, fitando o chão em seguida. A garota morreu, aquela podia ser eu, poderia ser meu corpo jogado no pátio sem uma gota de sangue. Meu estômago revirou, imaginando a cena.

—Mas, como vamos saber se foi mesmo um demônio? —perguntou Joo.

—Parece coisa de um humano ou bruxa, drenar o sangue de alguém? —cortou Willow.

—Katrina Saint viu ela sendo atacada. —Morgan sussurou.

— Braço direito da sua mãe? —pisquei duro.

—A própria. Mamãe falou que Katrina tentou salvar a garota, mas era tarde demais.

Se houve um ataque, então o demônio correu até aqui. Camille, deve ter entrado em seu caminho e algo aconteceu. Essa era minha chance de provar que era inocente. Mas teria que ser rápida, teria que agir antes que o conselho fique sabendo.

—Então, se o demônio matou a garota em qual corpo ele estava? —perguntou Joo.

Todas pareceram pensar em algo plausível, mas ninguém conseguia chegar em uma conclusão. Porém, o rosto de Willow se iluminou em um sorriso, que significava confusão na certa.

—Tudo bem, vamos! —falou levantando.

—Para aonde? Está maluca? —Morgan franziu a testa.

—Precisamos de um lugar mais privado.

🌙 🌹 🌙

No núcleo do Instituto, bem abaixo dos carpetes aonde caminhávamos todos os dias, ficava o porão. Ele era totalmente escondido, onde uma porta secreta nos fundos do castelo, ao lado da grande estátua de uma das fundadoras, levava a um grande lance de escadas. A ventilação lá quase não existia, devido à falta de janelas, consequentemente dificultando enxergar algo no meio daquela escuridão. Nunca tinha visitado aquela parte do Instituto, mas sabia de sua existência.

Senti meu nariz arder em protesto a poeira acumulada ali, fazendo um espirro escapar assim que pisei lá dentro. As luzes de algumas velas foram se acendendo aos poucos, onde tive que apertar os olhos até minha visão se acostumar. O lugar, apesar de sujo, estava inteiro. Algumas armaduras de soldados estavam espalhadas, assim como algumas estantes com artefatos mágicos e antiguidades medievais. Me aproximei de uma estante em especial, onde havia livros cobertos por teias de aranha e um cheiro horrível de mofo. Páginas amareladas, quase marrom, era possível ser vista de longe. Aquilo deveria estar ali a tantos séculos, que parecia bom demais para ainda existir. Passei os dedos por eles, sentindo as capas duras e lendo alguns títulos. Nenhum deles pareciam didáticos, o que era estranho já que ficava em uma escola. Meus dedos pararam em um livro, que parecia ser branco antes de ficar tão velho e amarelado. Puxei e abri com cuidado. Letras que pareciam estar escritas a mão, formavam algumas palavras na primeira página "Grimório de W. M.". Fazia anos desde que havia visto um grimório. Eles serviam como uma espécie de diário, onde toda bruxa escrevia sua jornada desde o início. Lá guardava feitiços, pensamentos e segredos, que eram passados de geração em geração. Mas foi uma tradição quebrada alguns séculos atrás, quando a maioria teve que esconder quem era. Então hoje esses cadernos eram raros.

Instituto Bruxas de SalemOnde histórias criam vida. Descubra agora