SUBMERSA

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Revisão em breve.

"Não desvie o olhar, quero que olhe enquanto eu queimo."

Levantei, correndo atrás de Morgan. No meio da rua, minha amiga, estava abaixada com as mãos na cabeça e chorando. Cheguei perto e abracei seu corpo, escutando seus soluços. Ela havia feito o mesmo por mim tantas vezes, que sentia que nada nunca seria o bastante para compensar e devolver todos esses anos.

—Eu queria que ele estivesse aqui, Claire. Queria meu pai de volta.

Fechei os olhos e escutei seu choro aumentar. O pai de Morgan havia morrido a três anos, quando um acidente de carro tirou sua vida. Ele era tudo para ela, o único, que segundo sua opinião, podia enfrentar sua mãe sem ser sofrer as consequências. Robert, era um homem incrível, de um senso de justiça e caráter sem igual. Infelizmente, suas qualidades o levaram a um caminho perigoso, onde bruxas más intencionadas achavam isso muito ruim, e que atrapalhava em seus deveres com a sociedade mágica, mesmo não sendo um bruxo. Morgan repetia diversas vezes, que sua morte não havia sido um acidente, que alguém havia sabotado seu carro, justamente no dia que defendeu a mãe de Joo no tribunal. Coincidência ou não, isso soava muito suspeito, muito estranho.

—Morgan, olhe para mim. —seu rosto se virou e me encarou. —Você mesma falou, não vamos desistir assim tão fácil. Se aquela vaca pensa que tem o controle da situação, está errada, nós vamos virar o jogo.

Minha voz firme, pareceu surtir efeito. Seu rosto suavizou e um leve sorriso surgiu. Minhas falsas palavras, soaram verdadeiras e isso, por um segundo, também me convenceu.

—Está chamando minha mãe de vaca?

—Eu...

—Estou brincando. —gargalhou. —Ela é uma grande vaca.

Sorri de volta e ajudei Morgan a se levantar. Caminhamos para a casa novamente, onde agora Senhora Swan, oferecia uma xícara de chá as garotas. Com o rosto ainda abatido, conseguia sentir a tensão se dissipar aos poucos. Não podia forçar a mulher de qualquer forma, ela tinha seus direitos e eu, bom, eu não tinha muito o que se fazer.

—Por favor, não seja como ela. —escutei Swan dizer, ao levantar os olhos na direção de Morgan.

Ela parecia conhecer quem Morgan realmente era, não que fosse difícil, seu rosto era famoso em Salem, por conta de sua família.

—Não pretendo ser.

—Passei tempo demais me escondendo dos Sacerdotes, por conta de Arizona, mas agora... não existe essa necessidade. —respirou fundo e olhou em meu rosto. —Posso ajudar você, mas analisando sua situação, não será fácil. Fique ciente disso.

—Obrigada, muito obrigada! —segurei sua mão. —A morte de Arizona não será em vão, eu prometo.

—Mas você precisa partir conosco. —interviu Willow.

—Claro, preciso somente me trocar. —saiu, subindo as escadas para o próximo andar.

Joo, soltou um suspiro andando pela casa. O resto de nós sentou novamente no sofá, afundando nele. Fechei os olhos e sorri levemente, finalmente essa confusão acabaria. Swan iria contar que o demônio existia e tudo ficaria bem de novo. Nunca havia ficado tão feliz, por ter minha vida chata e tediosa de volta. No final, minha covardia não foi um problema tão grande assim, pois tudo iria acabar tão rápido quanto começou.

—Meninas. —chamou Joo.

Olhamos para ela, que fazia um gesto para seguir até onde estava. Levantei, caminhando para um corredor que dava na cozinha. Joo encarava um quadro muito antigo, mas incrivelmente bem conservado. Os traços delicados e perfeitos, desenhavam uma jovem de cabelos loiros e expressões suaves, vestida em uma roupa azul claro que caía em cascata por seu corpo que estava sentado em um banco. Ela era bonita, muito bonita e estranhamente familiar.

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