PENHASCO

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Revisão em breve

A proteção da fazenda subia um pouco depois dos portões, portanto, o número de demônios que se encarregavam de subir pelas grades, batendo e tentando quebrar a todo custo o feitiço, era gigantesco. Eles se pareciam exatamente como um enxame de abelhas, prontos para nos atacar. Logo atrás deles centenas de homens fardados, atingia o muro de proteção com suas metralhadoras e bombas causando um terrível abalo por toda a fazenda. O coven indiano formava filas enormes de mulheres furiosas levantando o feitiço e dificultando o trabalho para eles, porém, os ataques se tornavam tão fortes e absurdos que parecia diminuir a força delas, dando a impressão que poderia cair a qualquer momento. Eu nunca havia visto tantos deles, ainda mais juntos, e duvidava que alguém ali tivesse visto também. O que só me fazia ter mais certeza sobre tudo isso: os demônios não eram feitos por Greenwick, como Mahara achava, mas sim pelos caçadores que vieram com o plano perfeito, nos colocando no mesmo nível de poder, deixando-me ainda mais enfurecida, pois Brighid estava certa, a resposta estava na minha frente o tempo, só precisava de olhos certos para enxergar.

Dei alguns passos a frente sentindo minha energia subir. Eu queria atacá-los da mesma forma por tudo que haviam feito a mim e por tudo que ainda iriam fazer. Não era justo comigo, não era justo com as bruxas ali e não era justo com as garotas que haviam morrido. Eles eram assassinos e por mais que temesse se quisesse vencê-los de uma vez por todas, teria que me tornar uma também. No entanto, mãos quentes em meu braço me impediram de continuar caminhando.

—Precisamos achar Morgan e Thomas, ou vamos ser mortos! —falou Aiden.

—Eu não vou embora! Foram eles, Aiden, eles tiraram tudo de mim. —gritei.

Clarke segurou meus braços, me colocando de frente para ele. Seus cílios ainda estavam grudados pelas lágrimas, mas sua expressão estava furiosa, no entanto ele se esquecia de uma coisa: eu estava muito mais.

—No segundo que esses homens pisarem aqui, seremos metralhados da cabeça aos pés. Você não chegou até aqui para morrer dessa forma. Vamos embora.

Encarei seus olhos.

—É a sua família, você não se importa com ela?

Ele respirou fundo.

—Essa gente me odeia e Mahara sabe se cuidar muito bem, você não faz ideia do quanto. Agora fique e morra, ou fuja e ganhe mais um dia. Você escolhe Claire.

Eu não podia fugir, não agora. Não queria continuar sendo a covarde que foge em todas as situações, principalmente, quando tinha o inimigo na minha frente. Se realmente havia sido criada para matar-los, então por que fugiria e deixaria todas minhas chances para trás?

—Eu não sou uma covarde. —sussurrei.

Aiden segurou meu rosto e olhou profundamente em meus olhos. Um novo estrondo fez tudo tremer e as mulheres gritarem. A proteção iria cair.

—Querida você é a pessoa mais corajosa que eu conheço, mas esse não é o momento. Agora, por favor, vamos embora daqui antes que tudo desabe. Morgan deve estar com medo e precisando de você, assim como eu preciso agora.

—Eu...

Odiava admitir que ele tinha razão. Morgan deveria estar apavorada e Aiden não deixaria Thomas para trás. Mas e quanto aos caçadores, quanto a minha missão? Fechei os olhos. Um tiro no escuro e a sorte jogada aos céus. Fand não me perdoaria.

—Vamos.

Começamos a correr pela fazenda, desviando de pessoas em completo desespero. Eu não aguentava olhar para elas e saber que as estava abandonando. Isso era tudo culpa minha, deveria ter enfrentado Greenwick enquanto podia, deveria ter procurado melhor pelo Imperador com todas as visões e histórias que havia ouvido sobre ele, deveria ter agido. Agora essas pessoas poderiam acabar mortas no final do dia, já eu, eu iria estar muito longe e totalmente a salvo. Mais uma vez seria uma grande covarde.

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