Instituto Bruxas de Salem

TÚNEL TELÚRICO

Revisão em breve.

"Não seremos amedrontadas por suas palavras que dizem o quanto somos fracas, pois juntas somos o exército que derruba o seu rei."

Meus joelhos encontraram o chão em um baque. Fechei os olhos, sentindo a ânsia subir pela garganta. A energia no meu corpo parecia fora de ordem, soquei levemente o chão, concluindo que o portal devia ter sugado um pouco da minha energia. Abri os olhos ao escutar alguém bater uma porta. Olhei em volta e percebi que era um banheiro público, pelo número de boxes espalhados. Levantei, segurando na pia de mármore cinza e caminhei até o box do meio. Empurrei a porta e vi Morgan, segurando o vaso com as duas mãos e vomitando. Segurei seu cabelo e um gemido de raiva saiu de sua boca. Ela odiava vomitar, achava nojento e "desnecessário". Quando terminou, Morgan olhou em meus olhos e fez uma careta de dor. Suspirei em resposta, tive sorte de não ter vomitado como ela.

—Maldito seja. —grunhiu.

—Vem vamos lavar essa boca. —segurei seu braço e andamos até a pia.

Ela lavou a boca, mostrando a língua para o espelho. Fechou a torneira e arrumou o cabelo. Puxou a jaqueta e sorriu.

—Estou ótima!

—Com certeza. Vamos procurar as outras. —puxei sua mão.

Caminhamos para fora, puxando a porta pesada. Era um restaurante, onde havia mesas laranjas, decoradas com teias de aranhas e caldeirões saindo fumaça. As paredes pretas, tinham figuras de bruxas como aquelas de desenhos animados. No chão, havia vasos com plantas secas. As garçonetes estavam estupidamente vestidas de "bruxas", com chapéus pontudos e saias de tule escuro. Revirei os olhos, se eles soubessem que a maioria preferia vestir apenas pijamas, se sentiriam ridículos. Mas como sabia a resposta para tudo estar assim, apenas respirei fundo e olhei para Morgan quando ouvi sua voz.

—Bem-vinda a Salem! —suspirou.

Gargalhei e senti alguns olhares sobre nós. Não os julgava a esse ponto, nós saímos de um banheiro sem ao menos entrar pela porta principal. Eles sabiam de histórias sobre bruxas, e apesar de não ser todos, a boa parte acreditava que nós existíamos. Apesar de ensinar que não passávamos de uma simples lenda. O que na maioria das vezes, poupava eles do choque de realidade.

Puxei Morgan, saindo do restaurante. A noite caía bem na cidade, tudo ali brilhava e se movimentava com tamanha beleza. As pessoas caminhavam despreocupadas e sorriam para seus filhos que se divertiam. As lojas, apesar do horário, ainda estavam em sua grande maioria abertas. Música como jazz e soul se misturavam, fazendo muitos ali dançarem. Alguns usavam o mesmo tema do restaurante para sua decoração, aquilo deveria chamar pessoas, pois a rua estava em grande movimento.

—Ali, olhe! —apontou Morgan.

Um alívio passou em ver Willow e Joo, caminhando até nós. Imaginava se o portal teve o mesmo efeito nelas, como teve em Morgan e eu. Mas ao julgar pelos seus rostos, sorridentes e cheios de malícia, parecia que não.

—Onde vocês estavam? —perguntei.

—Caímos em uma boate de stripper. —gargalhou Willow. —Tinha um cara vestido de Merlin, acredita?!

—Ok, Willow. Precisamos nos concentrar. —falei.

—Como você é chata!

—A cidade está agitada hoje. —murmurou Morgan.

—Vésperas de Litha. —respondeu Joo.

Claro, fazia todo sentido as pessoas animadas e tudo decorado com flores vermelhas. Era o Litha chegando, era o solstício de verão começando. Ninguém ali seguia realmente nossa cultura, mas sempre comemoravam nossos sabbats, que era nossas festas em homenagem a Deusa ou a saudação a alguma estação do ano. Esse era meu preferido, pois era a maior festa no Instituto, onde havia mais flores e comidas do que podia contar. Além das roupas tradicionais que faziam especialmente para essa festa. Era sem dúvida o mais feliz.