PEQUENAS SURPRESAS

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Revisão em breve.

Todos iremos queimar quando os últimos olhos se fechar.

Minha voz parecia silenciada pelo choque que se alastrava. A mulher a minha frente tinha seus ombros chocalhando e suas mãos grudadas em seu rosto. Um fantasma chorava descontroladamente parecendo remoer sua pior dor e seu pior pesadelo, onde seu corpo começava a brilhar em um azul intenso causando uma grande oscilação em seu espectro, quase fazendo meus olhos se fecharem com o esforço de mantê-los abertos. Eu queria consolá-la, mas se tornava um terrível esforço quando nem mesmo podia tocá-la.

—Claire, você precisa ir embora! —sussurrou.

Mckenna tinha os olhos estralados e a expressão de alguém completamente fora de si.

—O que está dizendo? —consegui finalmente dizer.

Shiiii, fique em silêncio! —colocou a mãos na boca.

Dei alguns passos para trás. A sensação de ver Mckenna naquele estado de calamidade causava exatamente o mesmo sentimento do dia em que havíamos nos conhecido: medo. Tinha a completa consciência de que a mesma poderia causar com um estralar de dedos. E isso me apavorava.

—Você está me assustando.

—Claire, eles estão aqui. Você precisa ir!

—O que está dizendo?

—Claire? -a voz de Morgan soou através da porta.

Mckenna arregalou os olhos ainda mais, dando alguns passos para trás.

—Você precisar alertá-la também! —gritou Mckenna.

—O quê?

—Claire que brilho é esse? —ela começou a forçar a porta.

A ruiva se aproximou grudando suas mãos no colar que havia sido um presente de Fand. Ela fez tudo brilhar o dobro de alguns segundos atrás, criando a nossa volta sussurros tão incompreensíveis que poderia facilmente dizer que estavam falando a língua dos deuses em seu cantar harmônico e arrepiante. Minha cabeça girou e senti que iria vomitar. A energia envolta daquilo era tão poderosa e abaladora, que a qualquer momento sentia que meu corpo explodiria com a força. Quando um grito começou a emergir do fundo de minha garganta, percebi que havia algo diferente na atmosfera do banheiro. Abri os olhos devagar e senti que agora sim meu coração sairia pela boca. Não estávamos mais na cabana, e sim em frente a uma grande mansão velha.

Olhei em volta respirando fundo. Eu não parecia estar realmente lá, era como um sonho embasado, onde eu podia ouvir as vozes presentes e ver as pessoas também. Só havia homens ali, de todas as etnias e tamanhos, trajando uniformes em um azul escuro e armas em punho. Assustei-me ao perceber que eles pareciam treinar arduamente, atacando seu adversário sem hesitação alguma. Eles eram brutos em seus movimentos e cruéis em seus golpes. Tudo se parecia com um treinamento para uma grande guerra, onde seus inimigos eram tão impiedosos quanto eles. Mas a grande pergunta era: quem eram esses homens?

Senti uma mão segurar a minha e não precisei olhar para saber que era Mckenna. No entanto, um grande tremor passou pelo meu corpo. Eu podia sentir-la, eu podia tocá-la como uma pessoa normal e isso me apavorava. Grudei meus olhos nos dela e uma expressão de terror tomava conta de seu rosto. Ela começou a caminhar devagar, nos levando até a frente da mansão, atravessando pelos homens e até mesmo por algumas crianças que estavam ali. Na grande porta havia um brasão onde um circulo envolvia uma cruz e um caldeirão, contendo em letra grossas as palavras ORDO IMPERATORIS. Franzi a testa. Meu conhecimento em latim se baseava apenas em feitiços, mas eu conseguia claramente entender o que estava escrito. Meus pés deram alguns passos para trás. Aquelas palavras significavam A Ordem do Imperador.

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