Instituto Bruxas de Salem

CLARKE

Revisão em breve. (espero que o calmante esteja em dia)

"Não se esconda, ele já encontrou você."

Sabe quando uma sensação estranha te atingia e mesmo que parecesse uma completa loucura você queria fazer aquilo da mesma forma? Pois bem, era assim que eu me sentia agora. Não sabia o motivo exato de estar andando pela fazenda depois de deixar Mckenna completamente confusa, mas somente seguia na direção dos chalés vizinhos. As moradoras me lançavam olhares questionadores de sobrancelhas levantadas, mas tentava ao máximo ignorar todos eles. Meus passos apressados me levaram por fim até a casa da curandeira, me fazendo lembrar no mesmo instante que Saint deveria estar ali ainda, se curando do estrago que eu havia feito. Porém, quando dei por mim já estava batendo na porta e esperando que ninguém a atendesse.

O que eu estava fazendo ali mesmo?

Uma senhorinha de semblante amoroso, trajes típicos indianos e grandes olhos verdes deram um caloroso sorriso a me ver. Meu espanto foi perceber que era a mesma senhora que me encarava através da janela, quase me chamando para entrar, mas que agora estava prestes a fazer isso.

—Você foi rápida. —seu sotaque era ainda mais forte que o de Mahara.

Olhei confusa.

—Eu...

—Não se preocupe já os mandei embora. Entre, vamos tomar um chá! —puxou meu braço entrando na casa.

O cheiro forte de ervas e incenso atingiu meu nariz assim que pisei dentro do chalé. Ele era escuro devido a todas as plantas penduradas no teto que tampavam até mesmo as janelas, me fazendo desviar para não bater a cabeça nelas. Havia somente um quarto aos fundos, um banheiro e uma cozinha que servia também como sala de estar. A lareira, mesmo sendo dia, estava acesa com um caldeirão borbulhante soltando fumaça chaminé acima. Nada era organizado, pelo contrário, parecia estar pelos ares há muito tempo, mas nada disso parecia importar para a dona dela.

—Sente-se!

A senhora caminhou até o caldeirão e mexeu um pouco, soltando um cheiro diferente no ar. Em seguida, pegou uma xícara e adicionou água e alguma erva, colocando depois na mesa para que eu bebesse.

—Normalmente, demora um pouco mais para que a pessoa apareça, mas você se saiu bem. —falou se sentando de frente.

—O que está dizendo?

—Oras essa. Estou esperando para conhecer-la desde o momento que chegou.

Olhei confusa. Do que ela estava falando?

—Eu sou Victoria, jovem Claire!

—Como sabe meu nome?

Para uma bruxa dizer que algo era bizarro precisava chegar a um nível totalmente novo, e nesse momento talvez eu me sentisse exatamente como um humano se descobrisse nosso mundo: perdida.

—Mahara me disse, oras. Todos viram vocês, não?

Balancei a cabeça.

—Mas como você sabia que eu estava vindo pra cá? O que eu estou fazendo aqui? —despejei as perguntas sobre ela.

—Fiz um feitiço para chamar-la até aqui, não sou muito de andar.

Essa Victoria era definitivamente maluca.

—O que deseja comigo? —juntei as sobrancelhas.

—Conversar somente. Minha sopa! —se levantou, indo até o caldeirão.

Olhei em volta procurando uma forma de sair correndo dali. Se essa senhora havia sido capaz de fazer um feitiço para me chamar até aqui, não duvidava acabar morta até o final da noite.