Instituto Bruxas de Salem

COVIL DE DEUSES

Revisão em breve.

"Minha escuridão cresce a cada vez que seus olhos traçam os meus."

Abri os olhos lentamente, sentindo minha consciência voltar aos poucos. Ainda com os olhos meio embasados, me ajeitei no que parecia ser uma cadeira muito confortável. Passei as mãos pelo corpo, não sentindo mais a minha roupa íntima grudada e molhada, estranho, eu parecia estar em outras vestimentas. Estreitei os olhos, tentando forçar minha visão a enxergar o que havia ao redor, no entanto, o que consegui foi uma falta de ar, quando finalmente consegui ver.

O salão branco e comprido era de puro luxo e riqueza, fazendo cada coisa ali parecer única e incomparável. De cada lado havia seis colunas grandes de mármore que levava até o teto, onde lustres de diamantes brilhavam, enchendo todo salão com seu reflexo. As paredes cobertas por castiçais e quadros amedrontadores - que julguei ser de reis ao observar a coroa em suas cabeças - parecia ter aguentado alguma espécie de ataque com as rachaduras que desciam até o chão. Os móveis de ouro vinham acompanhados de uma mesa gigantesca, onde uma grande fartura de comida enchia do começo ao final dela. Por fim a mais impressionante delas me deixou intrigada, me fazendo lembrar do grande mito que era tão antigo quanto o mundo. Uma estátua de ouro tinha uma coroa grande em torno de sua cabeça, que destacava o sorriso presunçoso no rosto dela. Seu corpo, por sua vez, era como a maioria das estátuas de grandes heróis, definido e nu, para que mostrasse sua força. No entanto, o que mais havia chamado minha atenção, era o tridente que sua mão segurava, onde as três pontas apontavam em minha direção. A grande maioria das lendas que havia ouvido, era sobre o rei dos mares, o rei de Atlântida, o que me fez automaticamente acordar em meio a tanto deslumbre.

Levantei-me caminhando em direção a grande porta que ficava atrás da cadeira onde estava. Porém, percebi que não se tratava de uma saída, e sim de uma sacada, onde uma cidade de pedras se revelou. Mesmo destruído, o lugar parecia incrivelmente um paraíso. Tudo ali parecia ter sido criado por deuses, ao julgar pela magnitude de suas construções, onde até mesmo um coliseu se levantava em meio a ruínas e plantas que cobriam toda sua extensão. Perguntava-me que lugar era aquele e como havia chegado ali. Uma ideia maluca de estar morta passou por minha cabeça, mas logo se tornou o motivo de um novo desespero, já que realmente pareceu ser verdade.

Havia visto somente cabelos louros me puxar para baixo, será que naquele momento quando perdi a consciência, morri quando cheguei ao fundo?

—Fazia milênios que não conseguia ver alguém tão impressionado como você. —uma voz se fez presente.

Me virei em um pulo e pude ver os mesmos cabelos louros que me puxou no lago. Afastei grudando no muro da sacada, sentindo o medo aumentar. A mulher me encarava com os olhos curiosos e um sorriso doce nos lábios. Sua beleza era de tirar o fôlego, onde a pálida tinha grandes olhos azuis, cabelos crespos e fartos, um corpo perfeito que continha um vestido leve também azul e uma espécie de coroa cravejada de pedras preciosas formando ondas. Ela parecia uma rainha.

—Não tenha medo, não irei machucá-la. — levantou a mão. —Oh, o vestido caiu muito bem em você!

Olhei para baixo, me dando conta que estava com um vestido longo rosa pastel, cheio de bordados brilhantes e um decote que descia até a metade dos meus seios. Quando havia trocado de roupa?

—Quem é você? —sussurrei.

—Eu jovem criança, sou Fand Protetora dos Sete Mares. —inflou o peito.

Meu queixo caiu, assim como minha pressão. Eu havia chegado ao ápice da loucura, ou estava realmente morta. Era tão insana a situação que nada parecia real, muito menos ela. E levando justamente isso em consideração, decidi que não iria acreditar em nada, pois poderia ser minha cabeça pregando uma peça, uma muito boa por sinal.