Revisão em breve.
"Sejamos honestas, ser comportadas nunca foi nossa intenção."
Ouvi meu nome sendo chamado ao horizonte, por onde eu andava descalço em meus próprios pecados. Minha mente funcionava exatamente como um confessionário de um cristão, onde eu me ajoelhava e era obrigada a enfrentar minhas verdades de frente, sentindo que deveria me arrepender, mesmo que achasse que muitos deles eu tinha a completa e perfeita razão. No entanto, nem mesmo ali onde eu era obrigada a ser honesta comigo mesmo, se transformava em um refúgio, ali era apenas uma extensão do mundo que me aguardava lá fora. As montanhas daquela paisagem me diziam para mentir, para fingir que nada daquilo me afetada, para fingir que era uma verdadeira rocha, mas eu não era. A prisão e seus fantasmas circulavam em volta do meu corpo, e fingir que elas não me assombravam, era fingir ser alguém que eu não era.
A paisagem se tornou escura e pobre, transformando tudo em um novo lugar, ouvindo e vendo a pequena criança assustada. Limpei o rosto não sabendo se eram minhas lágrimas ou as gotas da chuva que desciam sem parar. Meus pés tropeçavam uns nos outros, enquanto ele me arrastava para a casa assustadora no final da rua. Apertei Bubby em meus braços, tentando fazer como papai havia me ensinado quando estava com medo. Não queria estar ali, queria ir para nossa casa e abraçar mamãe que estava dormindo no chão está noite.
—Papai, quero ir embora. —puxei sua manga.
Papai me ignorou seguindo em frente, onde o portão fazia um barulho tão assustador quanto à casa que tinha tudo caindo em sua volta. O jardim no quintal parecia triste e sem graça, não contendo nenhuma florzinha brilhante e bonita nele. A porta se abriu e uma mulher de pijamas apareceu. Ela era muito feia e me dava medo, se parecia exatamente como uma das bruxas do meu filme favorito da Disney: Hocus Pocus. Mas sentia que não era tão poderosa quanto elas, bruxas eram um máximo, ela por outro lado não era.
—Madre Izobel. —falou papai sério.
—Não vou fazer isso, James. —a moça falou.
—Hassie se foi... —suas mãos tremiam sem parar.
—Mamãe foi para aonde? Ela está dormindo no chão. —falei.
—O quê? —a moça olhou espantada.
Era normal dormir no chão, às vezes até eu dormia, por mais que mamãe não gostasse.
—Não tenho escolha. —falou papai.
A mulher feia balançou a cabeça, abrindo o resto da porta para nós. Que papai não demorasse muito, queria ir logo para minha cama.
—Filha, escute-me. —se abaixou. — Prometa-me que quando for maior, nunca irá atrás de nenhum deles, é muito perigoso. E Claire, nunca se esqueça o quanto te amo, nunca. —me abraçou.
—Papai?
—Sim?
—Ela é muito feia. —cochichei.
Ele sorriu e deu uma gargalhada.
—Amo você.
Papai se levantou e entregou um envelope para a mulher que me puxou para dentro. Eu gritei quando sua unha cravou em meu braço. Iria contar tudo para mamãe amanhã quando ela acordasse, ela iria ver só o castigo que tomaria.
Acordei em um pulo novamente, perdendo a conta de quantos sonhos havia tido somente no breve espaço de tempo que a minha cabeça insistia em dizer que estava ali. Minhas memórias voltavam com força, trazendo a tona todas minhas piores lembranças do passado. Não tinha noção de como havia chegado até ali, no lugar frio e fedido que estava completamente escuro, me dando espaço para enxergar somente as barras de ferro a minha frente. Depois que entrei no carro tudo era somente escuridão, e uns belos borrões de memórias que não tinha certeza se eram reais. Tinha a completa consciência que havia sido drogada e continuava nesse momento, onde sentia sem parar meus poderes ser sugados pelas paredes enfeitiçadas da cela.
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Instituto Bruxas de Salem
FantasySéculos após a caça às bruxas, Salem continua intacta. Escondidas em um Instituto para jovens bruxas, meninas de todas as partes dos Estados Unidos, aprendem a lidar com seus poderes e a esconder seus segredos. No meio de tantas garotas está Claire...