Capítulo 6

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Os dias passavam mais devagar do que esperava. Thomas não viria para Manaus tão cedo. O combinado era que Laura viria para Manaus seis meses antes da data do casamento para planejar tudo conforme seu gosto. Thomas só chegaria uma semana antes da festa.

Antes de sair de Londres Laura já havia preparado seu vestido de noiva que trouxe consigo. Ela também garantiu-se que Thomas estaria elegantíssimo durante a cerimonia. Mesmo com todos os sentimentos conflituosos ela gostava de convencer-se que tudo se resumia a saudade que sentia de seu noivo. O relacionamento dos dois se baseava principalmente na amizade. Para Laura, o noivo era a pessoa mais confiável do planeta. Ele nunca havia a decepcionado e ela se sentia segura por isso. 

Laura conversou com ele todas as noite por telefone. Fazia apenas uma semana que estava de volta e todo o seu passado já estava recaindo sobre sua cabeça, mas aceitou que já imaginava que seria assim e que não poderia ser de outra forma. 

Depois da conversa que tivera com seu pai o assunto morreu. Laura decidiu que faria o que veio fazer em Manaus e pronto. Após o seu casamento estaria livre. Estava magoada com seu pai, mas Ricardo é adulto e faz suas próprias escolhas. Conversou com a avó a respeito e seguiu os sábios conselhos da senhora de cabelos esbranquiçados como gostava de se referir a avó. Não se deixaria abalar. Faria o que veio fazer e partiria desta vez sem motivos para olhar para trás. Já faziam 5 dias desde a conversa. Estava completando uma semana que estava em Manaus então antes mesmo de descer para tomar café da manhã começou a listar em sua mente o que já havia feito e o que ainda precisava fazer para o casamento enquanto fazia seu asseio matinal.

Terminou de tomar seu banho já decidida quanto ao que resolveria durante o dia. Arrumou-se mecanicamente e desceu para tomar seu café da manhã. Ao chegar na cozinha a empregada lhe serviu o café. Laura não a conhecia muito bem. Era uma senhora que aparentava ter entre 45 e 50 anos, muito simpática e prestativa, mas não tinham intimidade. Seu pai não tinha empregadas quando Laura era jovem. 

A campainha tocou e a empregada exclamou:

- Seu pai deve ter retornado, com licença. 

- Pode ir dona Socorro. 

Dona Socorro dirigiu-se a porta para abri-la. Laura ouviu a conversa distante. 

- Entre querido, ele não está, mas pode esperá-lo, deixe-me servir-lhe um café. 

Laura estava sentada de frente a entrada da cozinha. Foi neste exato local que Carlos travou estatelado ao vê-la. Aqueles olhos cor de mel. Era a única coisa que passava pela mente de Laura. Lembrou-se de tudo como em um segundo e percebeu-se prender a respiração. Dona Socorro estava tão absorta em preparar uma segunda xícara de café para Carlos que nem notou a tenção entre os dois na cozinha. Carlos foi que quebrou o momento. 

-Olá Laura. 

Socorro percebeu não ter apresentado os dois.

- Ah! Que indelicadeza a minha, nem apresentei-os. Carlos querido, você deve ter ouvido falar de Laura a filha de Ricardo. Elas estará aqui até seu maravilhoso casamento. Dona Laura este é o sócio do senhor Ricardo, Carlos. Sei que ele parece jovem, mas é um rapaz muito competente. 

Era evidente que Carlos frequentava a casa regularmente pela intimidade e pelos elogios da empregada. 

- Olá Carlos. 

- Eu já a conheço Socorro, mas obrigada pelos elogios exagerados. Desculpe-me Laura, Ricardo havia me falado que você estaria na cidade, mas em meio ao acúmulo de trabalho eu acabei esquecendo, não deveria ter vindo e não vou ficar. Obrigada Socorro por me oferecer café, mas ficará para outro dia. 

O Tempo que estive aquiOnde histórias criam vida. Descubra agora