Capítulo 13

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Depois que saiu do enterro Laura foi para o aeroporto encontrar o noivo que havia acabado de chegar. Teve de deixa-lo esperando por cerca de uma hora devido à ida ao enterro de Lúcia. Como Thomas não sabia nada a respeito de seu passado ficou mais fácil para Laura não precisar esconder Carlos ou mentir sobre a sua ida ao enterro de uma amiga. Laura recebera uma ligação de Thomas enquanto ele estava fazendo conexão em São Paulo e avisou a ele que uma conhecida havia falecido e por isso ela se atrasaria.

Thomas foi o homem mais compreensível do mundo como costumava ser em todos os momentos. Ela insistiu que ele fosse para casa, mas ele preferiu passar um tempo alugando um carro e assim ela poderia ir busca-los. E assim foi. Thomas escolheu um nada modesto Honda Civic e quando Laura chegou ao aeroporto ele ainda estava assinando a papelada de aluguel e confirmando o endereço dela para a entrega do carro no dia seguinte.

Laura já estava costumada a encenar um amor adolescente por ele, mas a verdade é que sentia uma enorme gratidão por aquele homem ter sido seu porto seguro durante todos aqueles anos. Ela o conhecia muito bem, a convivência era diária e Laura estava acostumada a tê-lo em sua vida. Thomas era a sua manifestação de zona de conforto e ela estava se casando com aquilo.

Ela chegou por trás de Thomas fazendo sinal para que a sogra fizesse silêncio para não denunciar sua presença. Laura colocou rapidamente as mãos sobre os olhos dele, ela engrossou a voz e falou entre risadas no ouvido dele – Adivinha quem é!

Thomas foi incrivelmente ágio ao girar o corpo, passar os braços ao redor da cintura dela e senta-la ao seu colo juntando firmemente seus lábios. Qualquer um que visse aquela cena seria capaz de apostar a própria alma de que eles se amavam mútua e incontrolavelmente. – Para quê dizer se posso mostrar que sei quem é? – Me de tornar questioná-lo por todos os nossos dias!

Riram. Riram abertamente um pro outro. – Senti sua falta minha pequena. – E eu a sua. Mas estamos dando um belo show aqui. – Que se dane. Você está em meus braços só isso importa.

Thomas ainda beijou-lhe umas duas vezes, mas rapidamente porque Laura colocou-se de pé e destinou-se a dar atenção à sogra enquanto Thomas terminava de negociar o aluguel do carro. Ainda assim, Thomas manteve a mão dela segura na sua e ela permaneceu na lateral de seu corpo sentado enfrente a mesa do atendente.

Laura conduziu até em casa falando para sogra sobre a maravilhosa casa que alugara para o casamento. Explicou que cerimônia aconteceria no jardim e que a festa estava sendo planejada para cerca de 500 convidados. Conversaram sobre as cores do casamento, sobre as flores e os convites.

Laura já estava em Manaus há quase dois meses. Ela tinha pouco tempo para resolver toda a situação em que se encontrava. Ela não conseguia decidir se a vinda do noivo e da sogra era algo bom para ajuda-la com as questões do casamento que tinha ficado de lado ou se era algo terrível, pois Laura precisaria ficar inventando coisas o tempo todo. Mas a verdade é que sentira falta da adrenalina de fugir e mentir para encontra-se com Carlos. Sentia-se uma adolescente outra vez.

Ricardo recebeu cordialmente tanto Thomas quanto a Senhora Rose Brown, mãe de Thomas. Foi um almoço bem agradável. No fim, Laura conseguiu convencer que iria até a sede da empresa do pai para rever os velhos amigos e que aproveitaria para passar uma tarde com a prima que estava planejando sua despedida de solteira. Thomas apesar de ser um homem muito conservador, não demonstrava nenhum pingo de ciúmes, possessividade ou insegurança e Laura amava essa sua característica.

Ela foi recebida por Carlos na saída do elevador. – Oi... – Laura, antes de me ouvir e ver tudo o que tenho a lhe mostrar gostaria de saber se está preparada. – A mulher olhou ao redor e percebeu que o salão estava completamente vazio, bem como a exuberante mesa da recepcionista. – Você esvaziou toda a sua recepção e está aqui parado só para me receber, será que eu tenho como estar preparada para o que virá? – Ponto bem feito. A verdade é que eu não sei se há como prevenir-lhe, mas quero que saiba que eu estou aqui para você, estou como sempre estive. Não sou o monstro que pensa que sou e posso provar.

O Tempo que estive aquiOnde histórias criam vida. Descubra agora