- Como? Você... Como? Ou melhor... quem?
- No caminho.
Carlos pegou as chaves do seu carro e começou a andar para a porta.
- ESPERE!
- Não temos tempo - Falou sem parar nem por um segundo sequer o seu passo apressado para sair de casa.
- Escute seu teimoso! - Carlos se deteve. - Não sei como você sabe quem está com Bernardo, mas imagino que não quer que ele saiba que você descobriu. Não pode simplesmente sair de casa com o seu carro. Pense caramba pelo menos dessa vez e me deixe fazer o meu trabalho. Me conte o que sabe e vamos pensar num plano primeiro.
Carlos finalmente estava escutando. Colocou relutantemente as chaves sobre a mesa de centro, enquanto Pacheco sentava-se novamente no sofá.
- Não é ele.
- Não é ele quem?
- Não... escute. Quem está com Bernardo não é ele. É ela.
***
Laura repassava em sua mente o quão perto esteve de dizer a Thomas. quão perto se sentiu de resolver toda sua vida e ser feliz. E agora, sentia-se condenada novamente ao seu casamento. Refletiu que talvez sentir-se condenada fosse uma injustiça com Thomas, ele estivera do seu lado nos momentos mais difíceis de sua vida, era injusto que ela não conseguisse retribuí-lo por isso.
Um dia... era só isso que a separava de um casamento que se consumado, não poderia desfazer. Laura se conhecia e não teria coragem de deixar Thomas umas vez que estivesse casada. Seria cruel de mais até pra ela. Não que Thomas fosse morrer por amor, mas sabia o quanto lhe custava a sua imagem perante as pessoas importantes com quem se relacionava. Podia não ser o amor arrebatador que sentia por Carlos e sabia que Thomas a via como uma mulher atraente, mas também como a filha de um grande empresário. Era um casamento vantajosos, mas era a maneira de Thomas de amar.
Ela orou por Bernardo, orou para que Carlos o encontrasse, já estava fazendo tudo o que podia apenas deixando Carlos livre. Chorou amargamente por não entender o porquê alguém iria desejar tanto vê-los separados.
***
- Certo... Ela?
- Ela cometeu um deslize. Um único deslize, mas foi o suficiente.
- E do que estamos falando Carlos?
- Quando você saiu o telefone tocou. Era a pessoa que está com o Bernardo. Ligou para garantir que eu não tentaria impedir o casamento de Laura.
Pacheco balançava a cabeça condescendente tentando estimular Carlos a continuar explicando.
- No meio da conversa, mesmo entre o som da voz alterada por programa eu senti que conhecia o jeito de falar, o sotaque, as pausas... não sei explicar perfeitamente, mas era familiar para mim...
- Então estamos falando de uma suspeita. Você achou a voz familiar, mesmo quando num programa de alteração de voz... é isso?
- Não! Não é só um suspeita caramba.
- E o que é então?!
- Ela me chamou de Peixinho!
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O Tempo que estive aqui
RomanceLaura era uma menina doce, aberta e muito inteligente. Jamais se imaginou que a jovem promissora fosse se apaixonar por Carlos, ainda que o jovem fosse tão exemplar quanto Laura. Dominada por um pai ciumento e incentivada por um tio muito romântic...