Capítulo 11

38 6 1
                                    


Laura não sabia o que pensar, mas sabia que estava lidando com algo grande. Ela tinha milhares de perguntas e queria respostas. "Não posso falar com meu pai, Sofia é impulsiva demais, ela poderia acabar falando mais do que deve, Júlio também nunca falou nada e talvez não seja confiável." Ela pegou-se listando em busca de alguém que pudesse ajudá-la e percebeu que não havia ninguém. Confrontar Carlos seria assumir que mexera nas suas coisas em seu escritório. Estava sozinha, sentia-se sozinha e nem Thomas poderia ajudá-la, pois ele não fazia ideia do passado que Laura carregava sobre as costas. 

"Eu sempre tive certeza de que havia sido Carlos quem colocara Misoprostol em meu refrigerante, mas Carlos não conhecera a minha mãe, então mais alguém teria que estar envolvido. Alguém mandou Carlos fazer aquilo" Laura tentava racionalizar os fatos na tentativa de achar algum fio solto naquela história ou algum sentido. Seu pai nunca havia mencionado que sua mãe abortara um bebê. Questionou-se se o bebê poderia não ser de seu pai. Não conseguia imaginar sua mãe tendo um romance tórrido com um homem de face oculta, mas a verdade é que Laura não conhecera sua mãe. 

Laura não sabia se o casamento de seus pais era feliz, ela não sabia nada. Ela tinha apenas o que seu pai, seu tio e sua avó contavam, mas de que valia isso? Agora ela estava descobrindo coisas que nenhum deles mencionara antes e como poderia confiar que falaram a verdade? Algo estava terrivelmente errado. Ricardo odiava Carlos e agora eram como pai e filho, o erro começava ai. O que teria feito com que Ricardo acreditasse tão veementemente em Carlos? Eles sabiam de alguma coisa, seu filho fora assassinado ainda em seu ventre e por mais que nunca o tenha segurado em seus braços, Laura sentia-se mãe. E como mãe jurou a si mesma que iria até o inferno se precisasse para vingar a morte de seu bebê. 

Listou as coisas que sabia:

1 - A morte de seu bebê fora planejada

2 - Sua mãe também estivera grávida e também teve seu bebê abortado na quinta semana de gravidez

3 - A mesma pessoa havia planejado os dois abortos

4 - Carlos investigara a gravidez de sua mãe e também a dela

5 - Ricardo tinha algum motivo para acreditar que Carlos não foi o causador de seu aborto

Laura lembrou-se de como sua avó fora contra sua vinda para Manaus. Desejou tê-la escutado. Seria tão mais simples seguir com sua vida do jeito que estava. Já estava convencida de que Carlos havia matado o seu bebê, mas agora começava a imaginar a motivação de seu pai. "E se ele estivesse certo? E se Carlos não foi o culpado pela morte de seu bebê? Teria aberto mão do amor da sua vida e acusado-o injustamente de matar o próprio filho!" Dor e confusão. Laura era pura dor e confusão.

Triiiiim.... 

O telefone começou a tocar em sua mão fazendo com que ela se assustasse. Ela levantou de sua cama apressadamente tentando recuperar o celular que lançara longe devido ao susto. Atendeu sem nem menos olhar quem estava ligando. 

- Alô

- Oi meu amor...

- Thomas?

- Mais  alguém te chama de amor?

- Ah... Não claro que não... Eu... O que houve?

- Ei só estou ligando, não houve nada, apenas queria falar com você, está tudo bem?

Por mais que tenha estado tanto tempo em Londres ainda lhe era estranho falar em inglês. Agora que estava em Manaus já parecia acostumar-se novamente com o idioma. 

- A... sim está tudo ótimo e em Londres? Como estão as coisas?

- Estou morrendo de saudades de vocês, minha família está mais agitada do que nunca com nosso casamento. Mas minha mãe reclamou que você não tem ligado, ela gostaria de discutir alguns detalhes. 

- As coisas estão mais agitadas do que eu esperava. 

- Imagino... como está o meu sogro? Ele já saiu do hospital?

- Está forte como um cavalo. Sim, ele saiu do hospital. Está em casa, mas estou tendo que cuidar de um negócio que ele estava fechando. Os detalhes do casamento tem me tomado bastante tempo também, mas Sofia me ajuda bastante. 

- Bom, de qualquer forma você não precisa se preocupar tanto. Eu consegui fechar aquela fusão com a Enterprise Building. 

- Sério? Oh isso é maravilhoso, você é maravilho, querido... estou tão feliz! 

- Isso quer dizer que estou a caminho do Brasil. 

- Ah que maravilha... Espera... O que?

- Isso mesmo... Estou no carro indo pro aeroporto. Amanha já devo estar ai. 

- Ah... certo... que ótimo. 

- Mamãe está indo comigo, ela está louca a para ajudá-la e eu posso auxiliar os negócios do Ricardo. 

- Certo... quando você chegar conversamos a respeito. 

- Eu amo você, você sabe disso, não sabe?

- Claro que sei... hum... também amo você. 

- Certo, vou deixá-la descansar. Amanhã estarei ai. 

- Até amanhã.

"Oh My Gosh! Ele está vindo!"


Capítulo pequeno, mas cheio de emoção... Não esqueçam de comentar e me dizer o que estão achando. Ao povo do e-mail até o final da tarde estarei mandando os livros dessa semana. 

Bjus da Tia Nath. 

O Tempo que estive aquiOnde histórias criam vida. Descubra agora