Capítulo 13

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"Amor, amor, amor.
Para que isso serve afinal?
Absolutamente nada." (Skins)

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Lua narrando

Finalmente fim de semana, não aguentava mais ter que ir pra escola, preciso muito de férias.

Estou no penúltimo ano do ensino médio e sinceramente não aguento mais, imagina quando chegar a faculdade, já fico amedrontada só de imaginar, saco.

Terminei de arrumar meu quarto e me sentei em frente a mesa do computador.

O que temos pra hoje?- perguntei pra mim mesma.

Deve está se perguntando, e o Gustavo? Já esqueceu?

A resposta é simples: não esqueci!

Fala sério, quem esquece o ex com uma semana? Só essas raparigas loucas que termina com um e no outro dia já ta com outro.

Não esqueci ele, mas ficar lembrando por que?

As vezes fico meio triste, apesar de tudo ele me fez sorrir e muito...

Mas não era pra ser, não era o meu momento.

Ele só queria curtir e eu?

Bom, eu só queria descobrir o que era amor.

E infelizmente descobri da pior maneira possível.

Mas fazer o que né, bora seguir com o baile, o pique nunca para.

Liguei meu computador e fiz alguns trabalhos de física, mano, serião mesmo, essas matérias são de Deus não.

As matérias de física começam fácil e do nada você tem que descobrir a velocidade da tartaruga, que anda num tempo de 20 segundos, com aceleração de 8 m/s, com a velocidade inicial 8 e por aí vai. A matéria é do demônio feat lucifer.

Depois de algum tempo que pareceu um dia inteiro mais não passarão de meia hora, consegui terminar a bênção do trabalho.

Como ainda nem era hora do almoço e eu estava com fome, fui pra cozinhar comer. Cheguei lá e vi minha mãe fazendo o almoço e reclamando.

Isis: palhaçada, ninguém me ajuda em nada, faço tudo sozinha nessa droga, quando eu morrer vocês vão valorizam- dizia revoltada, o mais engraçado era que ela falava gritando, parecia que estava falando com alguém do seu lado- aí você vê, quando minha mãe dizia pra não ter filhos, que iria dar trabalho, eu fiz o que? Não dei ouvidos, e agora to aonde? Na merda da cozinha, fazendo comida pra esses filhotes de rapariga- falou e eu comecei a rir.

Lua: cê tá falando com quem mãe?- perguntei quando ela me notou- agora deu de ficar falando sozinha?- perguntei.

Isis: sozinha um escambal garota- disse- se você não tá vendo, to falando com outra mãe na minha cabeça- falou como se fosse óbvio.

Lua: tá ficando louca isso sim- disse e comecei a rir de sua cara, parei assim que ela deu a sua olhada mortal- tudo bem, já parei. Só vim pegar um biscoito- disse indo em direção ao armário.

Isis: tu vai comer de novo menina? Acabou de tomar café Lua- falou me repreendendo.

Lua: mãe, tomamos café 9:00, agora são exatamente 10:30, o que significa que esta na hora do lanche das 10:30.- falei como se fosse óbvio, ela começou a falar que eu iria engordar e tudo mais.

Sai de perto, e subi pro meu quarto, peguei meu celular e vi que tinha mensagem de Bia no whats.

Whatsapp
120 mensagens de 4 conversas

Bia: Miga sua louca, bora pra uma festa hoje?

Lua: Ah não sei não Bia, hoje é sábado, quero ler meus livros...

Bia: Qual é mona, larga mão de ser careta, tu vai sim.

Lua: tá bom Bianca, eu vou. Onde vai ser isso?

Bia: vai ser aqui na favela, na casa de um amigo do meu irmão.

Lua: na favela?

Bia: Sim amiga, na favela, relaxa...

Lua: tudo bem, eu vou. Vai querer que eu durma aí?

Bia: sim, trás roupa pra ficar na piscina amanhã. Te espero na entrada da favela a noite, manda mensagem quando tiver chegando, beijos.
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Me despedi de Bia.

Seria boa ideia ir na favela? E se quisessem me queimar viva?

Qual é né, eu prezo pela minha vida.

Já vi muitas reportagens sobre a rocinha na televisão.

Bia sempre diz que é coisa da minha cabeça, mas não sei não.

Depois de um tempo pensando, sai do meu quarto e desci as escadas novamente, fui pra sala almoçar com minha mãe.

Meu pai e o Lucas tinham saído.

Depois que terminamos o almoço, ajudei minha mãe e ela já veio perguntando.

Isis: o que você quer Lua?- perguntou- Você nunca me ajuda, por que exatamente hoje quando eu não pedi você tá ajudando em?- perguntou de novo.

Caraca, ela tinha que sacar as coisas tão fáceis?

Lua: nossa mãe- disse me fazendo de ofendida- então...-fiz suspense- queria saber se eu podia dormir na casa da Bia?- perguntei.

Meus pais sempre souberam que a Bia e sua família era da rocinha, o engraçado era que eles não tinham preconceito.

Eles deixavam eu ir, mas eu tinha medo.

Só queria saber porque eles nunca me proibiram...

Isis: claro que você pode Lua- disse fazendo cara de óbvio- não sei porque perguntou ainda- disse saindo de perto.

Subi as escadas encasquetada com o fato dos meus pais nunca me proibirem de ir a rocinha.

Mandei mensagem pra Bia confirmado minha ida, deitei em minha cama, coloquei o alarme pra tocar as 20:00 e fui dormir, precisava estar bem descansada para a noite.

A zona da minha vida [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora