A zona da minha vida [Morro]

Capítulo 28

Menor narrando.

Sai da boca e fui direto pro aeroporto.

Minha irmã chegava hoje, depois do acidente de Lua, ela teve que ir pra São Paulo.

Entrei no carro e dei partida saindo do morro e indo pro aeroporto.

Uns quarenta minutos depois, cheguei no aeroporto Santos Dumond.

Menor: lugar longe pra porra- murmurei pra mim mesmo.

Sai do carro e fui pra dentro do aeroporto.

Eu não tinha passagem pela polícia, então dava pra andar tranquilo no Rio.

Cheguei na parte de desembarque e fiquei olhando pra tentar achar a Cecí.

Depois de alguns minutos, avistei uma cabeleira cacheada vindo em minha direção.

Fui em direção a ela e dei um abraço apertado na minha irmã.

Cecília era tudo pra mim.
A gente perdeu nossos pais em uma invasão da rocinha e desde então é um cuidando do outro.

Nunca deixei faltar nada pra Cecí, sempre fiz de tudo pra ver ela feliz.

Cecí: que saudade de você menor- disse me fazendo abrir um sorriso.

Menor: também estava com saudades piveta- disse bagunçando seu cabelo- vão bora que tem baile na favela hoje- disse e ela sorriu animada.

Peguei suas malas e fomos andando em direção a saída do aeroporto.

Cecí: eita que hoje vou rebolar minha raba- disse me fazendo revirar os olhos- você fica tão bonitinho com ciúmes- disse apertando minha bochecha.

Menor: para de viadagem Cecília- disse revirando os olhos.

Entramos no carro e joguei as malas no banco de trás.

Cecí: liga o som aí Menor, bora começar o furdunço- disse tentando fazer uma dancinha que por sinal não deu certo.

Menor: tu é folgada em garota- disse revirando os olhos.

Chegamos na rocinha depois de quase uma hora, tava um trânsito horrível no fim da tarde.

Subi o morro em direção a minha casa, chegamos e desci com o carro direto pra garagem.

Cecí: finalmente em casa, tava com saudade de morar aqui- disse girando na garagem.

Menor: tu é muito estranha isso sim- disse rindo e ela me bateu- ai sua louca- disse emburrado- sou uma princesa, não posso apanhar- disse fazendo voz de gay.

Cecí: larga mão de viadagem menor- disse e subiu pra casa.

Subi rindo atrás dela.

Entramos em casa e Cecília se jogou no sofá.

Menor: folgada pra caralho em- disse a encarando.

Cecí: vai dormir cara- disse se levantando e pegando a mala subindo pro seu quarto.

Fui pra cozinha e peguei um biscoito.

Comi e subi pro meu quarto pra descansar que o baile era daqui a pouco.

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BR narrando

Tava na boca com JS quando recebi uma mensagem de Cecí.

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Cecí: ja cheguei amor, nos vemos no baile.❤💃

Br: vamos contar pra Menor hoje?😯

Cecí: sim né, se não for hoje, não vai ser nunca😴
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Terminei de conversar com Cecí e guardei o celular.

Olhei pra frente e vi JS me encarando desconfiado.

JS: ta de papo com mulher né safado- disse rindo.

BR: claro né mano, tem que ter alguém pra contar história- disse disfarçando.

Começamos a separar as drogas e vi JS olhando os saquinhos de cocaína meio intrigado.

Br: que foi mano?- perguntei.

Js: mano, tem menos saquinhos do que o normal. Roubaram a porra da droga de novo- respondeu nervoso- você instalou as câmeras cara?- perguntou.

Br: instalei mano, mas só da pra pegar as imagens depois. O cara levou a tela junto com ele, se ficasse aqui iam descobrir- respondi apreensivo.

Js: com quantos dias ele consegue trazer a fita de gravação?- perguntou.

BR: daqui uma semana eu acho- respondi e ele concordou- vou ligar pra ele e pedir pra trazer o mais rápido possível- disse e sai da boca.

Subi o morro em direção a minha casa, entrei e vi Bianca e minha mae cantando alto ou melhor, gritando.

Bianca: oh novinha eu quero te ver contente- cantava dançando.

Cíntia: não abandona o bonde da gente- cantou rebolando até o chão.

Não aguentei a cena e comecei a gargalhar.

Bia: por que tu ta rindo garoto?- perguntou parando de dançar.

BR: vocês são muito estranhas- disse rindo delas, mas parei assim que vi suas caras- tudo bem, ja to subindo- disse subindo as escadas vendo elas voltarem a dançar.

Neguei com a cabeça e entrei em meu quarto.

Liguei pro cara e pedi pra ele trazer as filmagens o mais rápido possível. Ele disse que em uma semana tava aqui.

Desliguei o celular e deitei na cama pensando em tudo que estava acontecendo em minha vida.

Estava tudo dando certo.

Fiquei pensando e acabei dormindo.