"Você tem que ter imaginação e coração forte. Tentar coisas que podem não funcionar.
E não pode deixar ninguém definir seus limites.
Seu único limite é a sua alma." (Ratatouille)************************************
Lua narrandoAbri os olhos e pisquei várias vezes até me acostumar com a claridade daquela lâmpada.
Olhei para o lado e vi aqueles saquinhos que ficam o soro, particularmente odeio agulha e estava detestando aquele fio grudado em meu braço.
Estava em uma sala branca, provavelmente em um hospital.
Tentei me levantar e senti uma dor muito forte no corpo inteiro.
Comecei a chorar, odeio sentir dor e aquela estava muito forte.
Meu corpo estava roxo e inchado, minha cabeça doía, tinha ematomas em meus braços e pernas... eu estava horrível.
De repente a porta foi aberta e por ela entraram, Bia, JS, BR, LS e tia Cíntia.
Eu estava me sentindo muito mal, não gostava que ninguém me olhasse com pena.
Eu não gostava de me sentir impotente e frágil.
Bia: oh minha amiga, como voce está?- perguntou fungando o choro.
Lua: estou dolorida- disse com a voz fraca- e com raiva por estar aqui, detesto hospitais- disse emburrada fazendo todos rirem.
Menor: relaxa morena, logo você sai daí e vamos te levar pra curtir outra soci daquela- disse rindo e me fazendo sorrir, ele seria um ótimo amigo.
LS: mas desta vez se tu sair sozinha, eu mesmo te dou uma coça- disse fazendo graça.
BR: Eu vou junto, rodamos o morro inteiro atrás de tu mona, como tu some desse jeito guria?- perguntou.
Contei toda história pra eles, desde o momento do arrependimento por ter os tratados de má forma, até o momento que escutei o barulho alto.
Cíntia: o barulho que tu escutou minha filha, foi o tiro que o JS deu nos três caras- disse me fazendo espantar.
Ele matou os caras, por mim?
Lua: sério?- perguntei olhando surpresa pra ele, que acenou com a cabeça positivo- me desculpa por ter te tratado daquela forma JS, eu estava bêbada, não sou daquele jeito- disse envergonhada.
JS: relaxa patricinha- disse sorrindo, olhei brava pra ele e todos começaram a rir- se acostuma meu bem, será seu novo apelido a partir de hoje- disse rindo- me desculpa pela forma que te tratei também, fiquei com raiva por suas falas- disse olhando em meus olhos, ele expressava verdade.
Fiquei conversando com eles por mais um tempo, ate que eles disseram que meus pais e o Lucas iriam entrar.
Me despedi deles e logo eles foram embora...
Tinha acabado de conhecer os meninos e já gostava muito de todos.
E agora eu pagava minha língua...
Na favela existe alegria...
Depois de alguns segundos olhando aquele teto branco, a porta do quarto foi aberta e por ela passou meus pais e meu irmão.
Assim que me viu, mamãe veio correndo me abraçar, ela ja estava chorando.
Lua: não chora mamãe- disse já chorando- desculpa por estar aqui- disse chorando mais ainda.
Isis: você não tem culpa minha filha- disse chorando- nada justifica uma agressão- disse tentando me acalmar.
Raul: É horrível te ver assim meu neném- disse com a voz falha, meu velho estava chorando, sua voz embargada não escondia isso.
Lucas: oh Lua, por que você foi andar sozinha em um lugar que nao conhecia?- perguntou triste.
Expliquei a história para eles que ficaram bravos por eu ter brigado com meus amigos e ter os humilhados.
Mas logo entenderam que eu estava sob efeito do álcool e conversaram comigo.
Ficamos conversando mais um pouco, até que minha mãe resolveu falar.
Isis: meus filhos- disse olhando pra mim e Lucas- eu e seu pai queremos contar uma história para vocês- disse e olhou pro meu pai que se levantou e ficou ao seu lado.
Raul: vocês nunca souberam como eu e sua mãe nos conhecemos- disse tenso- e muito menos souberam onde nós vivíamos antes de se conhecer e como nossa história começou- disse me fazendo olhar estranha pra eles.
Isis: achamos que está na hora de contar nossa história a vocês- disse calma- queremos que saibam onde nossas raízes foram fincadas- disse e olhou pro meu pai.
Eu e Lucas os olhávamos curiosos, realmente eles nunca nos contaram como se conheceram.
Então eles logo começaram...
Isis: Eu e o Raul nos conhecemos na rocinha.
Seu pai era...- parou e fez suspense- ele era dono do tráfico da rocinha!- disse e eu, assim como Lucas os olhamos assustados- Eu subi uma vez no baile na rocinha, morava na zona Sul e tinha 17 anos e seu pai tinha 19 anos! Eu, a Raissa e a Cíntia éramos melhores amigas, e o Raul era dono do morro, o Victor era o sub e o Gabriel era o braço direito. Nos conhecemos todos no baile e a partir daí todos viramos amigos- disse sorrindo se lembrando- logo depois da amizade, Raissa e Victor começaram a namorar, depois foi a Cíntia e o Gabriel, e por último eu e seu pai.
Todos nós fomos felizes nessa favela. Assim como hoje em dia, a rocinha era um ótimo lugar de se viver. Os meninos nunca fizeram mal aos moradores... Todos eram do bem.- disse ja com voz embargada.Raul: Em meio a felicidade sempre tem a tristeza, em uma invasão ao morro contra a favela do vidigal, o Gabriel e o Victor foram mortos- disse ja chorando, eu estava assustada- foi muito difícil para todos se acostumar com a vida sem eles... Logo depois a Cíntia e a Raissa descobriram que estavam grávidas deles e deram a luz ao Brian e o Luan, foi isso que nos tirou do poço, eles nos devolveram a felicidade.
Foi muito bom a nossa vida, três anos depois a Isis descobriu que estava grávida do Lucas e não queria mais morar na rocinha, assim como as meninas...então eu decidi passar o comando do morro, foi muito difícil pra nós e para os moradores, o novo dono era horrível... Eu e a Isis nos mudamos para a zona Sul, a Raissa e a Cíntia decidiram continuar na rocinha... Logo depois tivemos a Lua e a Cíntia teve a Bianca- disse secando as lágrimas junto de minha mãe só agora vi que também estava chorando e o Lucas também.Isis: então foi isso meus filhos, essa é nossa história- disse e nos olhou apreensiva, eu e Lucas abrimos sorrisos, nossos pais e tios eram exemplos para nós.
Nos abraçamos em família e logo meu pai se pronunciou.
Raul: tem mais uma coisa que queremos falar- disse e sorriu para minha mãe- eu e sua mãe decidimos que voltaremos a morar na rocinha- disse sorrindo.
Eu e Lucas arregalamos os olhos para os dois.
Como assim vamos morar na rocinha?
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A zona da minha vida [Morro]
Roman pour Adolescents"Uma vez uma colega me disse que eu era a pessoa mais especial que ela conhecia exatamente por isso, por usar dos meus pensamentos, por mesmo em meio a tempestade conseguir achar a minha calmaria, em meio a zona da minha vida" Em meio às desilusões...